quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Dia 02 de 2014. Estou eu, na casa dos meus pais, trabalhando no computador. Ainda há resquícios de um trabalho de 2013. Escrevendo, deitada no meu quarto de outrora que ainda guarda as bonecas hoje quase trintonas. Há ainda as fitas em VHS de tantos filmes que amo e que devem estar embolorados. Meu pai, com uma rosa cor de rosa nas mãos, entra delicadamente e me entrega a flor. Meu pai é desses caras, quietos, mas que em um gesto são capazes de fazer as maiores gentilezas e as maiores ações. Entregou também outra rosa, essa vermelha, para minha mãe. As rosas foram colhidas no nosso jardim. É esse tipo de coisa que eu amo em minha família. A gente não se importa com carro do ano, com marca disso ou daquilo, o que vale são os gestos mais singelos. E eles não precisam ser comprados, não precisa ser um buquê caríssimo, não precisa ter data, não precisa estar no instagram ou ser divulgado aos quatro ventos. Meu pai não fez isso pra parecer gentil, ele fez porque faz isso de vez em quando ao colocar comida para os passarinhos, ao tirar o cocô dos cachorros do pátio, quando percebe uma nova flor. Esses dias largaram um cachorrinho aqui na minha rua. Filhotinho, magro, com muita pulga e carrapatos. Tentamos ver com os vizinhos se alguém poderia ficar, ninguém quis. Com a iminência dos malditos fogos de artifício e com carros passando em alta velocidade, ficamos com receio dele ficar na rua. Meu pai foi o primeiro a dizer que deveríamos acolhê-lo, tratá-lo e tentarmos alguém para adotá-lo, já que temos outros quatro e que mais fortinho e bonitinho é mais fácil achar um tutor. Mais que depressa fui ao pet shop mais próximo, comprei um xampu antipulgas, remédio de vermes e tratamos o sapequinha que ainda está em processo de nome. Acho que vai se chamar Caco em homenagem ao sapinho dos Muppets. Acho que no fundo vamos ficar com ele, um fofo. Se eu pudesse levaria para São Paulo comigo. Sinto falta dos cachorros, dos bichinhos. Mas, são os doces gestos cotidianos, os doces gestos de meu pai, minha mãe, meu irmão, que fazem a diferença e é isso que quero para meu 2014 e para sempre. Doces gestos silenciosos e o agradecimento a Deus por ter me dado uma família tão especial.

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