quarta-feira, 29 de julho de 2009

Eventos de adoção de cães e gatos neste fim de semana (31 de julho a 02 de agosto)


01-08-2009 Feira de Adoções GAPA-MA Itaipava Petrópolis RJ
01-08-2009 Mega Feira de Adoção União SRD São Paulo SP
01-08-2009 Feira de Adoção da APA-Botucatu Botucatu SP
01-08-2009 Feira de adoção Projeto Miau Guarulhos SP
02-08-2009 Evento de Adoção Fofuras Curitiba PR
Olhar Animal

Às vezes me envergonho de ser humana




Este é o tipo de situação que me envergonha profundamente em ser considerada da raça humana. Há tantas pessoas boas no mundo, mas há tantas que francamente, não sei o que fazem aqui.

Este cãozinho foi vítima de espancamentos, maus tratos e todo tipo de atrocidade. Para piorar, o animal foi abandonado agonizando no pátio de uma escola. Uma sucessão de pessoas lavaram as mãos para não ter que ajudar o pobre cão até que alguns homens se mobilizaram e resgataram o "Peludo". Ele está vivo, em tratamento e os protetores que cuidam dele precisam urgentemente de ajuda para pagar a clínica veterinária, assim como possíveis pessoas que possam adotá-lo.

O que mais me entristece é saber que situações como esta acontecem a todo instante, em todo mundo. Por que as pessoas tem que descontar em quem é mais frágil? Terrível.

Contato da Associação Paz e Amor Bichos, de Gravataí, que cuida do Peludo:

Léia - starline@pop.com.br

Para quem quiser ajudar os animais abandonados, de rua, seja através de adoções, ou doação em dinheiro, voluntariado, há informações no meu outro blog: http://ajudaparaosanimais.blogspot.com/ Há informações de todo Brasil.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

KT Tunstall - Little Favours



Ignorância minha, mas só conheci a KT Tunstall recentemente através do Tá Ligado, programa que curto regularmente, na Rádio Univali FM, daqui de Itajaí, mas que pode ser conferido pela net também aqui.

Obrigada Roberto, por me apresentar essa fantástica cantora.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Nem cinto, nem suspensório, diga sempre a verdade!


*Resenha sobre o filme A Montanha dos Sete Abutres. Realizada para a matéria Redação Jornalística 6, ministrada pelo jornalista Sandro Galarça (2007). Tava revirando meus textos e encontrei esta resenha. Acho que nunca foi tão atual, nem quando eu a escrevi.

O título desta resenha "Nem cinto, nem suspensório, diga sempre a verdade" parece meio sem propósito assim, lido separado, mas ele tem um significado todo especial e subjetivo no filme “A Montanha dos Sete Abutres”. Dirigido em 1951 por Billy Wilder, que entre tantos filmes fez “Crepúsculo dos Deuses” e “Quanto mais Quente Melhor”, a película faz uma crítica profunda à essência do jornalismo e explora algumas perguntas importantes como: o que é a verdade? O que é notícia? Qual é o limite do repórter? O que as pessoas procuram com a notícia? Qual a função da imprensa?

Diga a verdade! A frase bordada pela doce senhora da editoria de “coisas para mulheres” está na entrada do escritório do Sr. Boot, dono do pequeno jornal de Albuquerque. Entre tantas coisas, ele usa suspensório e cinto, exatamente! Os dois, ao mesmo tempo. Checa duas vezes as informações antes de publicar e sempre fala a verdade. Ou seja, é um homem prevenido.

Um dia aparece em seu jornal, Charles Tatum, um jornalista nova - iorquino. Homem astuto e de caráter duvidoso. Foi demitido de onze jornais, por várias razões, entre calúnias, envolvimento com a mulher do editor e problemas com bebida. Tatum, interpretado por Kirk Douglas, não freqüentou a academia, mas vendeu jornais na esquina, logo tinha toda uma teoria do que era notícia e quais notícias interessavam o público.

O pior de tudo é ver que a crítica ao jornalismo, presente em A Montanha dos Sete Abutres é real e que pouca coisa mudou no que se refere à ética. Existem milhares de Charles Tatuns, sempre pleiteando um espaço, querendo ganhar mais e mais notoriedade, sem se importar com as pessoas ou com as histórias que contam. E existem milhares de pessoas como Leo Minosa, o personagem preso em uma caverna, que em sua ignorância e ingenuidade acredita que será salvo pelo amigo mentiroso, o jornalista Tatum.

A ética é algo tão banalizado que ser ético é ser trouxa e isso era tão real em 51 como é em 2007. Ser ingênuo é ser burro. Não importa a classe social que se faça parte, o mundo do passe para trás está em tudo e especialmente na imprensa. Os meios de comunicação são fundamentais na manipulação, na bajulação desordenada e a ética figura como um detalhe, muitas vezes esquecida em uma gaveta, como uma pauta para mais tarde.

Vale a pena passar por cima de tudo e de todos para ter uma boa notícia, um ótimo salário, ser agraciado pelos leitores, espectadores, ouvintes? Ser jornalista é sinônimo de artista por acaso? Quais informações úteis realmente passamos à frente? Me pergunto isto todo dia. O que quero com o jornalismo? Que tipo de coisa construo a partir de minhas impressões?

Acredito que Tatum pagou seu “pecado” numa frase bem católica. Se não fosse por sua vaidade, a probabilidade de que Leo Minosa saísse muito tempo antes da caverna seria múltipla. Se não fosse por sua arrogância, ele mesmo não teria morrido.

A placa: “Fale a verdade” é tão ousada quanto ditadora. Um pouco mais de sinceridade não faz mal nenhum. Por mais piegas que seja, voltamos sempre aos ensinamentos básicos: onde começa o direito de um, acaba o do outro, talvez isso seja a essência da ética. Talvez as redações precisem mais de cintos e suspensórios, assim como placas de Diga a Verdade! Mas de que adiantam placas, se os olhos não querem ver?

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Dez Ilhas e um Mundo - Parte 1

Primeiro vídeo da série "Dez Ilhas e um Mundo", produzido pela Tac Produções, de Itajaí, para o programa Santa Catarina em Cena, da RBS TV.

Muito bacana! Eu, que tenho origem açoriana, me identifiquei pelo fato de saber super pouco sobre meus antepassados.

Parabéns gente, especialmente à Sheiloca, minha queria amiga que produziu o Dez Ilhas!



A série "Dez Ilhas e um mundo" narra a história da chegada dos açorianos em Santa Catarina e as tradições que criaram uma parte da cultura de nosso Estado. Rodado entre março e junho de 2009, o projeto teve como locações quatro Ilhas do Arquipélago dos Açores e todo o litoral Catarinense.

Produção: Tac. Produções
Direção: Diego Lara e Flavio Roberto
Direção de Procução: Sheila Calgaro
Direção de Arte: Cristiano Ely
Montagem: Roberto Pereira
Desenhos: Diego Oliveira
Escrito por Diego Lara e Flavio Roberto
Realização: RBS TV
Apoio: Direção Regional dos Açores, RTP e Casa dos Açores - Santa Catarina.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Eventos de adoção de cães e gatos neste fim de semana (17 a 19 de julho)

18-07-2009 Feira de Adoção da APAA São Paulo SP
18-07-2009 - 19-07-2009 Feira de Adoção dos Amigos dos Bichos/SP São Paulo SP
18-07-2009 Feirinha de Adoção "Voz Animal" São Paulo SP
18-07-2009 Feira de Adoção Caipira Osasco SP
18-07-2009 Adote seu Amor com ACCG & Familia Auquimia Rio de Janeiro RJ
18-07-2009 Feira Abrigo Animal Joinville SC
18-07-2009 Feira de Adoções GAPA-MA Itaipava Petrópolis RJ
18-07-2009 - 19-07-2009 Feira de Adoção Pet Center Marginal S. Bernardo do Campo S. Bernardo do Campo SP
18-07-2009 Feira de Adoção da APA-Botucatu Botucatu SP
18-07-2009 Feira de Adoção do CCZ de Santo André Santo André SP
18-07-2009 Feira de doação Curitiba PR
19-07-2009 O Dia do Cão Feliz Rio de Janeiro RJ
19-07-2009 Evento de Adoção Fofuras Curitiba PR
Olhar Animal

Beirut - Sunday Smile

Outra fantástica banda e um belíssimo clipe.

Clipe e Making of da música Sutilmente, do Skank

Clipe de Sutilmente:



Agora veja como tudo foi feito no Making of:



A primeira vez que vi o clipe pensei: os caras estão pendurados na parede. Mas depois comecei a achar que eram efeitos especiais. E depois ainda voltei a teoria deles pendurados. Muito legal o clipe. Tanto quanto a bela música.

Rádio... e sua magia...



O rádio e sua fantástica reciprocidade! E nada de piadinhas sobre a nacionalidade de Anabela, hein? =)

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Procura-se uma banda!





Elenco em Ordem de Aparição

Nailor – Fabrício de Carvalho
Sid Vinícius – Emerson Espíndola
Garota da Maça – Thábata Mattar Ferraz
Cara do Aspargo – Tetsuo Takita
Pai de Nailor – Nailor Magno de Oliveira
Mãe de Nailor – Márcia Antoinete de Miranda
Rita – Karoline Gonçalves
Carlos – Marcos M. Holtz
Namorada de Sid – Daiana Wagner
Cara da Garrafada – Edvane Severino
Bombeiro1 – Willian Paul Hosang
Bombeiro 2 – Daniel Bazanella
Motorista da Ambulância – Elmo Jorge Moisés

Equipe:

Direção e Roteiro
Simone Castro

Produção
Fátima Barbi
Francine Silva
Simone Castro

Direção de Fotografia
Marina Andrade

Direção de Arte / Figurino
Francine Silva

Designer de Áudio
Caroline Stinghen

Assistente de Direção
Fabieli Kehl

Maquiagem
Elisângela Jacomelli

Cartazes
Wilson Lucena Mazarin

Cinegrafista
Willian Victorino

Edição e Finalização
Roberto Pereira

Supervisão
Ilana Coelho

Trilha Sonora
Todas as músicas gentilmente cedidas pela banda Parkplatz – Porto Alegre/RS


Agradecimentos:

Supermercados Mini Preço
Wilson Lucena Mazarin – Cartazista
Alexandro José Fernandes – Gerente do Mini Preço São Judas
Funcionários e clientes do Supermercado Mini Preço São Judas

Grupo Anchieta Arte Cênica
Valentim Schmoeler
Marcos José da Silva

Open Bar
Romina Cella – Proprietária do Open
Gustavo Seeling – Organizador da Festa no Open

7º Batalhão de Bombeiros Militar de Santa Catarina
Tenente Coronel Onir Mocellin


Agradecimentos Especiais

Elisângela Jacomelli
Leandro Vinícius Hahn
Tânia Maria da Silva
Willian Leonardo da Silva
Mateus Waechter
Fabiano Castro de Oliveira
Rita de Cassia Castro de Oliveira
Sheila Ana Calgaro
Diego Lara
Flávio Roberto
E a todo Elenco

Disciplina de Cinema - Univali Novembro de 2007

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Impulsividade

Eu tenho um grave defeito: sou impulsiva. Sou tranquila, meio paradona, viajona, ouço geralmente mais do que falo, mas quando me irrito ou começo a falar algo que me incomoda, sou impulsiva até mais do que deveria. E isso nem sempre é positivo. Longe de mim ser dona da verdade, afinal pra mim ela não existe... Todo mundo tem a sua verdade e eu precisava expor o que sentia.

Hoje tive uma discussão que há algum tempo evitava ter, mas às vezes é inevitável. E quando isso acontece eu não meço muito as palavras e jogo a merda no ventilador. Sei que falo algumas coisas que machucam e que seria melhor se tivessem ficado pra mim. Aquelas opiniões e percepções contidas que todos temos, mas que a gente deixa só pra gente pra não ofender as pessoas. Pois é, eu infelizmente às vezes digo o que penso e isso põe em risco muitas coisas. Mas, por outro lado é bom. Me sinto mais livre, menos artificial. Acho que é aí que a leonina aqui dentro sai pra fora.

Às vezes cansa ouvir tanta coisa e ficar sempre tentando ver o lado bom, ter paciência, quando no fundo você sabe que tem alguma razão. Nem que seja um pouco, mas tem. As discussões no fundo são engraçadas. Vão para um dramalhão, são meio exageradas, tem algo de fantástico, mas refletem a nossa intuição. E isso é algo que eu prezo muito em mim. Tento seguir meu coração.

Eu odeio ser mal compreendida, mas é inevitável. Acontece. Odeio quem se faz de vítima quando é confrontado. Odeio ouvir indiretas. Sabe quando começa aquele papo "as pessoas" quando a pessoa quer dizer "você". Ah! Meu sangue de barata esquentou e não aguentei. Às vezes falo demais. Mas, por outro lado é bom ser sincero. É mais justo pelo menos, embora se pague o preço. O pior é que não falei nada demais, só expus minha opinião e deixei de concordar passivamente. Só deixei emergir o que era óbvio e estava no subtexto das relações. Isso já me aconteceu outras vezes e geralmente o que ouço é algo do tipo: "as pessoas se mostram nessas situações". Acho que as pessoas estão acostumadas a me ver como sabe o saco de pancadas que fica ouvindo, ouvindo... aí quando eu abro a boca elas não esperam. Enfim... agora já foi.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O Marcelo Tas respondeu uma pergunta minha....

A revista Continuum, edição julho/agosto, solicitou que os leitores encaminhassem perguntas para o jornalista Marcelo Tas. Eu enviei umas sete, mas somente uma pode ser selecionada. Olhando agora, no contexto, pareceu bem agressiva, mas não foi a intenção. Eu queria só refletir sobre as pessoas que não tem acesso à internet e que às vezes assistem temas como o Twitter no Fantástico, sobre sei lá o que na net e ficam boiando. A resposta do Tas foi bem bacana. Um contraponto. Abaixo a matéria na íntegra. Ah! As fotos são da Cia de Foto. Os caras são ótimos! Há uns vídeos deles belíssimos no You Tube.

Bjos
mone

revista > entrevista

O homem seguido por 118.177 pessoas

Os leitores perguntaram e Marcelo Tas respondeu. Confira o que ele pensa sobre a conexão entre as pessoas e a internet

Por Marco Aurélio Fiochi | Fotos Cia de Foto

A intimidade de Marcelo Tas com os computadores vem de longe: começou em um aperfeiçoamento em cinema e TV na Universidade de Nova York (NYU), na década de 1980, tempos em que a informática não era assunto corriqueiro como é hoje e o PC nem sequer tinha sido inventado. Desde esse primeiro contato, que se deu por acaso, devido à curiosidade que herdara de sua formação em engenharia, Tas vem construindo com grande atenção sua presença virtual, que hoje é tão importante quanto a atuação como jornalista e comunicador de TV. Um ranking realizado em 2008, por exemplo, posicionou-o entre os três perfis mais seguidos do Twitter brasileiro, e sua participação na rede (com o blog marcelotas.uol.com.br) contribui para torná-lo um dos formadores de opinião mais importantes da atualidade no país.

Âncora do programa semanal CQC, da Rede Bandeirantes, ele não credita sua participação bem-sucedida na internet a nenhuma fórmula mágica. "Quando as pessoas me falam 'você pauta, você traz notícias', digo que não. Só ouço com atenção o que me chega e separo o que acho relevante." Ao analisar o impacto da conectividade na vida das pessoas, Tas define o momento como uma fase de transição que a seu ver nunca terminará. "Estamos em um novo estado permanente, um mundo, literalmente, mais etéreo." O apresentador reforça ainda a importância da conexão através do olhar, do contato com o outro e com o próprio corpo como antídoto à sedução provocada pela conexão ultrarrápida da web.

Em tempo: o título desta entrevista, cujas perguntas foram criadas por leitores da Continuum, é uma brincadeira com o número de seguidores do perfil @marcelotas no Twitter. Mas é bom ressaltar que, graças à popularidade de seu criador, esse enorme contingente de pessoas poderá já ter se alterado quando você estiver lendo esta edição.

Ao que você atribui o alto grau de participação dos brasileiros em redes sociais, se comparado ao restante do mundo? Seria carência social ou procura de identificação em nichos? (Arieta Arruda, Curitiba/PR)

Isso se deve a duas coisas: o Brasil tem uma distância intransponível, infinita do resto do mundo. É um país que se coloca espiritualmente longe de todos, de tudo, apartado do primeiro mundo. Tem complexo de cachorro magro e, ao mesmo tempo, a esquizofrenia de não se inserir na América do Sul. Com isso, despreza uma riqueza gigantesca que está ao seu lado, na Colômbia, na Argentina, no Chile, no Paraguai... A América do Sul tem uma história belíssima, muito próxima dos brasileiros, e nós estamos muito mais voltados para a Europa, os Estados Unidos, Miami, que é quase uma cidade brasileira. O outro motivo se resume numa palavra: gambiarra. Não faço um elogio ao precário e ao malfeito. Falo de quem consegue superar, com criatividade, nosso estado real. Não podemos perder de vista o fato de vivermos num país desigual, cheio de injustiças e dificuldades. Mas o brasileiro tem um afeto pela tecnologia; e a gambiarra é o drible tecnológico que dá em suas deficiências. É o puxadinho, a antena de TV com Bom Bril nas extremidades, o gato, o benjamim apinhado de tomadas, o remendo no fio do ferro de passar roupa ou do computador. O brasileiro abre o computador com a mesma intimidade que abre um Sonho de Valsa. A gente não tem pudor com a tecnologia. Quando se vê um europeu mexendo num equipamento, ele tem respeito, tem medo, não aperta qualquer botão. O comportamento do brasileiro facilita a profusão de pessoas que usam as redes sociais no país. É uma intimidade com o meio, com a tecnologia e, obviamente, um exercício natural da nossa sociabilidade. Adoramos conversar, contar as coisas da vida. Isso se reflete na internet.

Como você vê o impacto da conectividade na vida das pessoas? Até que ponto a superexposição causada pelos blogs, pelo Twitter e até mesmo pela TV é positiva? (Luciana Morgado, São Paulo/SP)

A superexposição é positiva até o ponto em que ajuda as pessoas a conhecerem-se a si mesmas. Somos nós que a geramos. Parece que isso é causado por algum vírus, algo que está dentro do computador e que puxa as pessoas. Quem não gosta disso não se mostra na internet, assim como não é visto nas revistas de fofoca, ou no Orkut, ou no Big Brother Brasil, ou numa festa. O mundo virtual é um reflexo do mundo real. Quem é exibido no mundo real terá essa característica potencializada no mundo virtual. Depende do discernimento de cada um usar as ferramentas virtuais e saber até onde quer se expor. É um mundo muito sedutor, mas que também pode ser nocivo.

Você acredita que os milhões de brasileiros que não possuem acesso à internet são representados hoje na mídia? Tenho a impressão de que redações jornalísticas, produtoras de vídeo e agências de comunicação se concentram mais no que é visto na web do que na vida real daqueles que não têm acesso à internet e que também têm interesses, necessitam de informações. (Simone Castro, Itajaí/SC)

Concordo em parte com esse pensamento, mas temos que enxergar a mudança gigantesca que vivemos. Eu era adolescente nos anos 1970 e 1980, quando a publicidade vendia uma marca de cigarros chamada Hollywood com o seguinte slogan: "O sucesso". As pessoas que apareciam naqueles comerciais eram atléticas, superbonitas. Aquilo significava sucesso, era uma mensagem muito direta. Hoje, isso não tem o menor espaço. As mídias não estão mais somente nas mãos do comercial de 30 segundos ou da primeira página da revista que estampava um maço de cigarros e alguém surfando numa onda gigantesca, com o slogan "O sucesso". Atualmente, existe uma representatividade muito mais ampla por meio da internet. Esse é um caminho sem volta. O cidadão participa mais, mesmo se levarmos em conta o baixo índice de acesso à rede - o que é relativo, porque no Brasil já se tem algo em torno de 60 milhões de internautas. Até o caboclo que vive a três horas de barco de Santarém, na Amazônia, é afetado pela rede. A notícia chega até ele numa velocidade como nunca chegou. Não porque ele acessa um site, mas porque o barco que vai até ele para levar gelo e sal leva também a informação que acabou de sair na internet.

Quando e como foi seu primeiro contato com a internet? (James H. Prado, São Paulo/SP)

Meu primeiro contato foi um susto. Ele aconteceu na década de 1980, quando ainda não se falava em computador. Eu fazia um curso de pós-graduação em cinema e televisão na NYU, em 1987, com uma bolsa de estudos da Fullbright. Em um departamento que havia nessa universidade, vi um dia caixas de computadores empilhadas, que eu não sabia o que eram. Fui bisbilhotar e descobri que nesse departamento havia um curso que estava ganhando muita força naquele momento, o Interactive Telecommunications Program. Não havia computador pessoal, só aqueles usados em universidades e empresas. Pedi a prorrogação da bolsa e fiz esse curso, em 1988, no qual tive acesso ao primeiro Macintosh. Eu levei um choque! A biblioteca da NYU já era totalmente on-line e nela podiam-se fazer pesquisas em rede, com cruzamentos, igual ao que se faz hoje com o Google. Eu passava horas lá fazendo cruzamentos de informações, para adquirir experiência e por perceber que aquela era uma ferramenta interessantíssima. Ao voltar para o Brasil, só conseguia conversar com pouca gente sobre essa rede. Tinha alguns amigos nerds naquela época, pois fiz engenharia na Poli [Escola Politécnica da Universidade de São Paulo], e só eles entenderam o que eu estava falando. Mudei-me para o Rio de Janeiro no começo da década de 1990, onde tive acesso ao primeiro provedor brasileiro, o da ONG Ibase [Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas], coordenada na época pelo Betinho [o sociólogo Herbert de Sousa]. O Ibase proveu acesso à internet ao público brasileiro, seus integrantes foram pioneiros. Meu primeiro e-mail foi da Alternex, o provedor de acesso do Ibase. Registrei esse endereço em 1992, logo no início, quando o serviço começou a funcionar.

Desde quando você usa o Twitter e como descobriu essa ferramenta? Você imaginaria que seria uma das pessoas mais seguidas no Brasil? (Bruno Daniel Puga, São Paulo/SP)

Nunca imaginei que isso fosse acontecer! Eu comecei a usar o Twitter em 2007. Quando surge uma ferramenta, eu sempre me registro e tento entender como ela funciona. Muitas delas não duram, mas as experimento e depois as esqueço. Percebo que algumas outras nasceram antes da hora, como o Second Life, no qual também me registrei e cheguei a usá-lo. Há ainda aquelas em que apostei muito que dariam certo e não deram, como o Joost, uma TV a cabo sem limites, de graça, na internet. Fui um dos primeiros a me registrar nele, mas não decolou. No caso do Twitter, sempre usei essa ferramenta muito intensamente, desde o começo. Em 2008, fiquei entre os três mais seguidos do Twitter brasileiro, o que foi um susto para mim, porque os outros dois são meganerds, que respeito muito, o Cris [Cristiano] Dias e o Carlos Merigo. Muita gente me pergunta como faço para ter tantos seguidores no Twitter. Penso que a gente imprime na rede a nossa experiência. Não há fórmula mágica. Às vezes, até se tem muita coisa para oferecer, mas não se sabe como. Talvez a linguagem não seja a mais adequada, ou a pessoa pode ser muito popular, mas a maneira como se comunica não é. O verbo da era em que vivemos é ouvir. Temos que aprender a ouvir, senão não sobreviveremos. Quando as pessoas me falam "você pauta, você traz notícias", digo que não. Só ouço com atenção o que me chega. Gasto muito tempo ouvindo e separando o que acho relevante. Não sou eu que sei de tudo, mas tenho uma rede poderosa de pessoas às quais ouço e respondo e que respeito. Eu me corrijo quando erro, brigo, debato, discuto... Acho que isso gera confiança nas pessoas para que me procurem e compartilhem informações comigo.

Até que ponto a utilização de redes sociais pode ser viável no desenvolvimento pessoal e profissional de uma pessoa, sem que ela seja prejudicada pelo excesso de informação e se perca no gerenciamento de sua "vida virtual"? (Daniel Medina, Jundiaí/SP)

Um bom termômetro são os olhos dos nossos filhos ou dos nossos melhores amigos. Para mim, o termômetro é a conexão afetiva. No dia que seu filho começar a achar que você é um idiota, é melhor tomar cuidado. Aliás, é melhor tomar cuidado antes disso. Não significa que dentro do computador mora um demônio, mas somos cobaias de uma fase de transição. É fácil ficar grudado nessa cola sedutora que é a conexão ultrarrápida. O que nos salva é que continuamos tendo de comer, dormir, cuidar do cachorro. Sugiro às pessoas: tenha um cachorro, um gato, de preferência filhos, namorados. Isso é o que importa no fundo. E as redes, meios de troca de informação, de imagem, devem servir a isso. Não é preciso separar uma coisa da outra. Há pessoas que falam: "Agora vou me desligar do computador". Isso é bobagem. Checar o Twitter, por exemplo, é muito rápido, não é uma violência.

O que você acha dos fakes [perfis falsos] espalhados pela internet, inclusive no Twitter?(Weslei Rodrigues, Antonio Carlos/MG)

Há dois tipos de fake. O primeiro é resultado de uma sátira, que pode ser muito legal. É o caso do Victor Fasano, o fake mais famoso do Twitter (@vitorfasano). Não é o ator real, todo mundo sabe disso, mas, sim, um personagem. Ele aborda a realidade pela ótica do Victor Fasano, faz comentários sobre tudo, o Lula, o Big Brother, a seleção brasileira, é genial. Acho que esse cara é um dos maiores comediantes do Brasil atualmente, e ninguém sabe quem ele é. Mas há um segundo tipo, que causa confusão no público. Já criaram fakes meus para oferecer ingressos para a gravação do CQC e para xingar pessoas. Quando há a conotação de falsear uma identidade, o público demora a perceber. E isso é crime. Há muita confusão devido à fase transitória em que vivemos. As pessoas acham que cometer tais ações na rede não é ilícito.

O impacto da incorporação da internet em aparelhos como celulares e TVs acarretará uma supervalorização da informação? (Adaildo Neto, Rio Branco/AC)

A informação sempre foi valorizada. Quem a processa ou a pesquisa tem poder, como os cientistas, os artistas. Eles detêm algo muito poderoso. O mesmo para quem detém a informação do espírito. Não é à toa o crescimento do número de igrejas, de terapias. Tem poder, também, aquele que procura aprofundar a informação. Ela não é mais um bem tão valorizado; o que tem valor é o conhecimento, que é como se aprofunda uma informação. Valem mais as conexões que se fazem entre os fatos do que os fatos em si. Muitos professores implicam com seus alunos por causa da internet, do celular. Eles deviam proceder de outra forma, pois têm uma chance raríssima de exercer apenas a função primordial de sua profissão, que é promover o debate, os insights, aprender junto, gerar o movimento do saber com seus alunos e não apenas trazer coisas para eles.

Como você analisa a prática do jornalismo no mundo contemporâneo e o diálogo dos profissionais da comunicação com as ferramentas modernas e com a sociedade? Percebe-se a pobreza de pautas, além da infinita reprodução de releases. Com tanta informação disponível a um clique, você acredita que os jornalistas estejam cientes de que seu papel está em processo evolutivo e que lhes será exigido mais apuração, mais pesquisa e mais riqueza em suas reportagens? (André Patroni, Campo Grande/MS)

Pode parecer paradoxal, mas creio que o jornalismo vive uma época de ouro. Apesar do sucateamento dos veículos de comunicação, há muita gente interessante que agora tem outros meios de fazer jornalismo. E há outras pessoas também interessantes que continuam a fazer o jornalismo tradicional. Podemos selecionar o que ler de uma maneira muito mais abrangente. O mundo está mais generoso com o talento das pessoas. Essa é mais uma característica dessa fase de transição de que falei há pouco. É uma transição que talvez não acabe nunca. Vivemos numa fronteira que não é e nunca será definida. Estamos em um novo estado permanente, um mundo, literalmente, mais etéreo, que escorrega, que não conseguimos pegar. Esse estado é, inclusive, mental, espiritual. Por isso, é importante a conexão pelo olhar, o contato com o outro e com você mesmo, com seu corpo. Hoje quase todos nós, invariavelmente, temos dores nos braços por ficar muitas horas em frente de um computador. É bom ouvir os sinais dados pelo corpo, pois tenho certeza de que daqui a cinco, dez anos a pauta da saúde vai ser uma pandemia de LER [lesão por esforço repetitivo].