quarta-feira, 29 de abril de 2009

Cinco coisas que eu odeio nos comportamentos amorosos

Como espectadora e a amiga mala, há algumas coisas na minha lista de coisas que eu observo sobre os comportamentos públicos dos namorados/casais que me irrita profundamente. São eles:

1) Dar comidinha na boca do cidadão/cidadã;

2) Chamar o namorado/namorada de 'amor' ou apelidos grudentos, tipo chuchuzinha, amebinha, ou qualquer coisa similar;

3) Gente que se trata como criança, similar ao item 2, porém, além dos apelidos são conversas mais duradouras;

4) Aquele casal que jura que você não está ali e só quer saber de ficar de pegação, beijinho, etc. Mas, não em alguns momentos, digamos que, é em 90% do tempo. Seja numa mesa de bar, no seu carro ou no jantar em família de domingo. Sim, eu já presenciei no almoço de família acompanhado de um certo constrangimento dos demais membros do grupo familiar. O fato aconteceu enquanto na TV era exibida uma cena de beijo de novela e o casal fez questão de "reinterpretar". Repetiram até as frases. Tudo bem demonstrar afeto, mas esses comportamentos eu não sei até que ponto são carinho ou uma demonstração mais de exibicionismo aos restantes do grupo. Enfim...

5) E finalmente: assistir brigas de casais por coisas nada a ver. Cenas de ciúmes, infantilidades ou situações que não aconteceram, mas que o casal jura que existiu;

Ex.: Isso já aconteceu comigo uma vez. Uma amiga e o marido, em plena praça de alimentação de um shopping, começaram a brigar. Ela perguntava pra ele quem era uma mulher que supostamente estava olhando pra ele e ele perguntava pra ela quem era o cara que tava olhando pra ela. Eu olhei pro lado e não vi ninguém especificamente percebendo que eles existiam. E era uma praça de alimentação. Deveria ter no mínimo umas 500 ou mil pessoas no local. Obviamente algumas delas olhariam umas pras outras. Foi uma cena patética, que levou pelo menos uma meia-hora. Eu levantei e fui pedir uma batata frita.

Eu sei que tudo isso e mais um pouco é muito chato quando se vê de fora. Mas, todos nós já passamos por alguma destas circuntâncias como protagonistas. Eu que estou aqui criticando, já fiz das minhas. Entretanto, isso não isenta a minha crítica ao nosso comportamento altamente imbecil quando estamos apaixonados. Me pergunto o que nos faz agir assim. Quando estamos solteiros a gente sustenta uma imagem de felicidade constante, de badalação, mas tudo que queremos é alguém interessante e legal e bacana que nos faça feliz. Aí quando a gente acha, nos tornamos uns semi-idiotas com necessidade de mostrar pra todo mundo o quanto somos felizes. Mas, há algo bem mais foda que acontece depois, com o passar do tempo. Quando a gente se acomoda e esquece que um dia a gente achou o outro a pessoa mais fantástica e legal e bacana e que nos fazia imensamente feliz. A gente vê mais os defeitos que as qualidades e expõe isso ao mundo. E aí é que tá o perigo. Talvez os comportamentos altamente idiotas fossem menos cretinos. Enfim, vai entender a nossa imbecilidade. O ser humano nunca tá contente com nada mesmo.

Abaixo-assinado pelos animais: projeto de lei visa descriminalizar maus-tratos aos animais

Assine: http://www.petitiononline.com/artigo32/petition.html

Tramita no Congresso Nacional o projeto de lei número 4548/98 que está apensado ao projeto de lei número 3981/00 e que propõe que seja removida do artigo 32 da lei federal número 9605/98 (Lei de Crimes Ambientais) a criminalização de atos de maus-tratos a animais domésticos ou domesticados.

Há mais de 10 anos, esse é o principal recurso legal que garante a punição de pessoas que cometem atos de maus-tratos contra animais. A aprovação desse novo projeto de lei implicaria na remoção da caracterização de crime para aqueles que maltratam animais, basicamente denotando tal comportamento como aceitável.

A petição preparada pelo VEDDAS está disponível em:
http://www.petitiononline.com/artigo32/petition.html

Acompanhe o andamento da campanha acessando:
http://veddasartigo32.blogspot.com

Manifeste-se nessa campanha que o VEDDAS inicia agora assinando o abaixo-assinado que será entregue ao Congresso Nacional e será usado na campanha em conjunto com outras ações.

ASSINE, REPASSE, CONTRIBUA – leva apenas alguns segundos e fará toda a diferença para milhares de animais!

Os animais contam com você!

IMPORTANTE: Digite o seu nome, e-mail e cidade com atenção. Use um endereço de e-mail válido, do contrário a sua assinatura será removida pelo servidor. Ao final, certifique-se de clicar em “Approve Signature” para que a sua assinatura seja efetivada. Você receberá uma mensagem de e-mail em inglês (a petição está hospedada em site estrangeiro) apenas informando que a sua assinatura foi registrada. Não é necessário responder a essa mensagem.

Fonte:
VEDDAS – Vegetarianismo Ético, Defesa dos Direitos Animais e Sociedade
www.veddas.org.br
veddas@veddas.org.br

terça-feira, 28 de abril de 2009

Jovens interessados em produção de vídeo corram!

Até o dia 25 de maio estão abertas as inscrições para o Geração Futura 14, promovido pelo Canal Futura. A oficina é voltada para jovens que têm entre 16 e 22 anos e que não estão matriculados em nenhum curso de nível superior.

A oficina acontece no Rio de Janeiro em julho de 2009 e tem quatro semanas de duração. Qualquer jovem pode participar e a hospedagem para seis jovens será custeada.

Para mais informações entre em contato com Tatiana Azevedo, através dos contatos abaixo:

Como entrar em contato?

Pelo Correio: Projeto Geração Futura

Rua Santa Alexandrina, 336 – 3ºAndar

Rio de Janeiro, RJ / CEP: 20.261-232

Pelo Telefone: (21) 2502-0022

Por e-mail: geracao@futura.org.br

Pelo site: www.futura.org.br

Eu digo que vale muito a pena essa oficina. Eu participei da voltada para universitários, em 2007, e foi um baita aprendizado. Tanto em experiências de vida, quanto em experiência profissional sobre comunicação e produção audiovisual.

Pra mim antes da técnica vem o olhar, a intenção e por isso eu adoro o Futura. As oficinas todas abrangeram conhecimentos técnicos e teóricos também, mas foram essencialmente voltadas para o ser humano, para um olhar humanizado sobre as fontes, sobre as pessoas que abrem suas vidas para nós os carinhas por trás da câmera, do microfone ou da caneta. E isso é uma marca que fica. Eu acredito nesta comunicação. Meus ideais sempre foram trabalhar em instituições como o Futura, a TVE Brasil e especialmente, a TV Cultura. Eu queria trabalhar no Metrópolis e no Vitrine! Quem sabe um dia...


terça-feira, 21 de abril de 2009

Desemprego=Desespero

Um canudo na mão, cinco anos de faculdade (era para ter sido quatro e meio, mas como fiz menos cadeiras, foi prorrogado o prazo...), e um belo dia eu acordo com 27 anos e meio, desempregada e sem saber que rumo tomar na vida...

Não achei que demoraria tanto tempo sem encontrar um trabalho. Lá se vai o quarto mês quase completo e nada ainda... Eu não queria apenas arranjar qualquer coisa pra ganhar dinheiro. Quero ganhar dinheiro e viver honestamente do meu esforço, mas acima de tudo quero um trabalho, não emprego. Quero algo que me motive, que eu me sinta produtiva e interessada e feliz.

Neste meio tempo surgiram algumas oportunidades, mas todas, digamos que, não muito interessantes. Desde a coisa: "você é uma otária que vai aceitar qualquer coisa" até gente sem noção que não entende absolutamente nada de comunicação e igualmente acha que você definitivamente é uma otária. Deve estar escrito na minha testa. Eu tenho uma grande dificuldade de dizer não ao que não gosto, especialmente para estranhos, ou conhecidos não muito próximos. Eu tenho uma dificuldade incrível em dizer: "muito obrigada, mas para mim não é interessante!". Deveria dizer na cara, na hora. Isso me pouparia muitos aborrecimentos que depois se tornam cada vez maiores. Nem sei porque ajo assim. De certa forma tenho medo em ofender as pessoas, em rejeitar.

Em comunicação é impressionante o número de coisas incrivelmente charlatãns que existem. Há pessoas que acham que escrever, fazer um jornal, revista, tv é apenas interesse, grana, uma forma de lucrar e se dar bem. Isso me irrita profundamente. Nestes cinco anos e pouco de jornalismo já vi de tudo. Desde uma matéria especializada realizada sem nenhuma entrevista, apenas reaproveitada de outra matéria impressa, gente que assina relise de outro na íntegra, até professor que ao marcar uma pauta reforçava que uma parceria com o Futura significava uma entrevista para a TV Globo. Enfim... cada um que eu vou te contar.

Ser jornalista é um festival, como todas as profissões tem gente boa e gente ruim, queria tentar ser boa, ou pelo menos esforçada. Meus grandes modelos vem da TV. Eu admiro especialmente a Neide Duarte, brinco que quero ser ela quando crescer. Pra mim é o melhor expoente do que é ser jornalista e uma das boas. Mas, gosto de muita gente... O Marcelo Canellas é outro cara que admiro muito. Em 2007 assisti uma palestra com ele na minha universidade que valeu pelos meus anos todos de graduação. Tem Caco Barcelos, Rodrigo Vianna, Carlos Dorneles, Marcelo Tas, Ernesto Paglia e tanta gente que eu vejo e gosto do trabalho e admiro e acredito que tem uma preocupação ética e sabem o papel social que um microfone, uma câmera ou uma caneta dão a este ofício.

Acho que ser jornalista, assim como ser documentarista é acima de tudo alguém que sabe e gosta de ouvir. Acredito que para narrar boas histórias é preciso ter interesse em ouvir o que o outro tem a dizer e não já ter idéias pré-concebidas do que será dito ou feito. A reportagem e o documentário são feitos nas ruas. Acho que não poderia fazer outra coisa que não relacionada ao hábito de observar as pessoas, os animais e as coisas.

sábado, 18 de abril de 2009

Matéria realizada para o Diarinho no Dia Internacional da Mulher de 2008

Triste realidade no Itajaí

Cresce o número de mulheres presas

As comemorações do Dia Internacional da Mulher passam longe do presídio Regional de Itajaí. As presas até lembram da data festiva, mas faltam motivos pra comemorar. A ala feminina tá superlotada, há pouco trabalho pra elas dentro do cadeião e, pra piorar, a administração da casa e a Polícia Civil registram um aumento no número de trancafiadas.

Atualmente 69 mulheres tão presas no cadeião de Itajaí, quando a capacidade são 22 vagas. A maioria delas caiu por tráfico de drogas. São mulheres de todas as idades distribuídas em cinco celas. A média é de 12 em cada cubículo, quando o ideal seria de apenas quatro. Há beliches e vários colchões espalhados pelo chão.

Apesar da superlotação e da pouca ventilação, as presas tentam manter tudo o mais organizado possível e pra isso dividem as tarefas diárias. Há três tanques pra lavar a roupa, um fogão e uma geladeira. Algumas preparam os alimentos, que são cedidos pelo Estado ou pelas famílias das detentas. Outras fazem crochê ou trabalham na produção de grampos de roupa.

O espaço limitado e o pouco volume de trabalho ainda são um empecilho para que as presas ocupem suas mãos e mentes. Esta é a principal reivindicação dessas mulheres. Elas querem mais trabalho, espaço pra produzir e gostariam que os empresários apostassem em seus talentos.

Por enquanto, além da produção de grampos, elas só têm atividades na terça e quinta-feira, quando fazem curso de massoterapia. Vinte muiés, as que tem melhor comportamento, tem direito ao curso. Uma delas já tem emprego garantido quando sair da jaula. Ela também auxilia o técnico de enfermagem no ambulatório de cadeião e faz planos de ter uma vida melhor quando voltar pra rua.

O ambulatório do presídio é outro problema. A assistência médica, psicológica e odontológica rola de segunda a sexta-feira, por ordem de solicitação. Após o pedido, as presas aguardam numa fila, igualzinho ao que rola no posto de saúde.

Desde o ano passado as mulheres não fazem exames exclusivamente femininos, como o preventivo. Tudo porque precisa ter uma enfermeira especializada, coisa que o cadeião não dispõe. Já as gestantes fazem o pré-natal na própria unidade. Atualmente o berçário tem três crianças, uma de um mês, outra menina de 20 dias e a mais velha com um aninho. Por lei, elas podem ficar com as mães até o final do período de amamentação, depois os pimpolhos são afastados.

"Foi terrível me separar deles. Eu fiquei três anos e quatro meses sem ver os meus filhos. Quando eu fui presa a mais nova tinha dois anos e quando ela me viu, três anos depois, nem eu, nem ela nos reconhecemos mais. Foi horrível", desabafa Maria Aparecida Muller, 42, a Cida, presa por tráfico de drogas.

A líder

Cida é uma das detentas mais antigas, caiu a primeira vez em 1994 e nesse meio tempo saiu e voltou mais duas vezes. Ela alega que, na última prisão, era inocente e que as drogas foram ‘plantadas’ em seu apartamento. Ela, dois filhos e duas noras foram presos por tráfico e formação de quadrilha. Eles aguardam julgamento. Cida é a grande líder das presas. É ela quem organiza e anota toda a produção de grampos, quem faz a intermediação entre os carcereiros e as detentas e também tenta administrar as brigas e tretas.

Cida conta que começou no tráfico assim que se separou do marido e como não sabia o que fazer da vida, um amigo lhe indicou que traficasse. "Se eu pudesse voltar atrás, com certeza minha vida teria seguido outro percurso", garante a mulher. Cida se arrependeu, especialmente porque levou as drogas pra dentro de casa e perto de seus filhos. Ela diz que o mundo do crime não compensa, porque há muita humilhação nas cadeias, pouca estrutura pra recuperação e o eterno peso de ser ex-presidiária.

Outra detenta que está no cadeião há 10 anos é Marlene de Souza Henriques, 60, carinhosamente chamada pelas colegas de cela de Mãezinha. Também presa por tráfico de drogas, a história de Mãezinha é um pouco diferente. Ela tinha uma situação financeira privilegiada, era mulher de um engenheiro da Marinha Mercante, mas teve uma grave depressão e começou a usar drogas pra se sentir melhor. O uso fez com que ela perdesse praticamente tudo. Marlene vendeu móveis e jóias pra consumir cocaína. O marido a abandonou e ela começou a traficar pra sustentar o vício. Foi presa em 96 pela primeira vez e desde então, como Cida, saiu algumas vezes e voltou pelo mesmo motivo. "A droga é um sofrimento", fala desconsolada. Marlene garante que hoje se livrou do vício e que mesmo com todas as dificuldades, os sete filhos nunca a abandonaram e continuam visitando-a.

Comemoração com faxina

Questionadas sobre o dia das Muiés, as presas falam que lembram da data, mas que não há comemoração ali dentro. Pra compensar a falta de festa, elas farão uma grande faxina pra esperar os filhos, companheiros ou amigos, que as visitam no domingo. Uma das detentas até brinca dizendo que hoje colocará uma roupa bem bonita. A brincadeira deixa transparecer que, por mais que haja grades no pequeno quintal da cadeia, ainda há esperança de dias melhores.

Mais mulheres presas

Segundo o administrador interino do cadeião, José Luiz Santos de Araújo, este é o maior número de mulheres presas já registrado no cadeião peixeiro. O ano de 2007 fechou com 62 presas e este ano já aumentou mais sete. "Varia muito. Hoje tem mais, amanhã já sai. Mas posso afirmar que é um número crescente. Nunca houve tantas mulheres presas", comenta. Ele informa que somente na quinta-feira quatro mulheres deram entrada no cadeião.

O administrador interino acredita que o motivo que leva as muiés pra cadeia seja o mesmo do homem: ganhar dinheiro fácil, sem trabalhar. "A maioria é presa por tráfico. Elas querem dinheiro, vida fácil e não querem trabalhar", aponta José Luiz.

O delegado Rui Garcia dos Santos, que trabalha há 37 anos na polícia, também percebe que as mulheres estão se envolvendo cada vez mais na criminalidade. Mas ele ainda acredita que as muiés são coniventes com os maridos ou namorados. Agem na parceria deles, e não saem por aí aprontando sozinhas.

Pro dotô o tráfico de drogas é o crime que leva mais mulheres pra jaula. Geralmente, elas assumem as bocas quando os maridos são presos ou mortos por gangues rivais. "Antigamente era muito difícil ver uma mulher presa", comenta Rui. A raridade era tão grande que o delegado lembra de um caso de 1974, quando uma senhora foi presa logo após matar o marido. No cadeião havia apenas ela de mulher. Atualmente a ala feminina abriga quatro vezes a a sua capacidade.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Matéria publicada no jornal Diário do Litoral, o popular Diarinho, em 23/02/2008

Caminhão invade loja e dá susto no povo de Cordeiros


Por volta das 9h30 da manhã de sexta-feira, seu José Aparecido, um senhor de 55 anos, levou seu relógio para ser consertado na loja União, rua Reinaldo Schmithausen, bairro Cordeiros. Um minuto após estacionar sua ziquinha vermelha em frente ao estabelecimento, um barulho ensurdecedor assustou seu José e todas as pessoas que estavam ao redor. Todos correram pros fundos das baiucas.

O caminhão Scania 111, que transporta contêineres, placa AAL 5497 (Londrina/PR), veio arrancando tudo o que tinha pela frente, inclusive um poste de alta voltagem. O brutus só parou ao atingir uma loja de roupas, bem ao lado de onde seu José estava. Uma poeira alta levantou, e o pouco que ele pode ver, foi sua bicicleta despedaçada embaixo do caminhão. Ele agradeceu a Deus por estar vivo, pois um minuto antes, era ele que poderia estar ali.

O motorista Edson Roberto Grumiche, 40, não quis falar com a reportagem do DIARINHO, mas depois de descer do caminhão, teria dito ao pessoal que se amontoava pra ver a merdança, que estava sem dormir há três dias. Já para o pessoal da Codetran, ele disse que um Celta cortou sua frente na rótula e para ele não passar por cima do carro, teria desviado pra calçada, onde só conseguiu parar ao bater nos comércios.

O presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Contêineres e Cargas em Geral de Itajaí e Região, Eni Dias de Moura, foi ao local e acredita que a principal causa do acidente tenha sido o esgotamento do caminhoneiro. Moura disse que a situação que passa o transportador de contêineres em Itajaí é desumana. "Muitos tem que trabalhar 24 horas direto; enquanto tem trabalho, tem que trabalhar". Ele reclama que já denunciou várias vezes para o Ministério Público e nada acontece, ninguém pensa nos caminhoneiros. "A logística do Porto de Itajaí é uma vergonha e quem paga o pato é o motorista", diz indignado o presidente do Sintracom.

Apesar do susto, ninguém se machucou, mas houve transtorno no trânsito que teve que ser desviado, pois metade do caminhão ficou sobre a rua Reinaldo Schmithausen e os moradores próximos ficaram sem luz até o final da manhã.

SC

O retorno

Voltar. Recomeçar. Verbos que eu uso tanto em minha vida. Faz praticamente dois anos que eu não escrevo neste blog. Muitas coisas aconteceram de lá para cá. Vou tentar resumir rapidamente...

O ano de 2007 foi fantástico para mim, produtivo, questionador. Comecei o ano com uma viagem ao Rio de Janeiro, cidade emblemática. Desde minha infância era um sonho conhecer a Xuxa e o Rio. Foi tão lindo ir no alto do Corcovado e ver o Cristo Redentor de perto. Se bem que a Xuxa eu não vi, só o Pedro Bial, quando fomos no paredão do BBB, mas isso é completamente dispensável.

O Rio é mágico, foram dias espetaculares. Conheci amigos de todo Brasil, pessoas que eu nunca vou esquecer e participamos, de quebra, do curso Geração Futura, oferecido por um dos canais mais bacanas e interessantes da TV brasileira. Foi um grande orgulho. Eu e meu amigo Paulo Henrique de Moura ficamos hospedados com outros seis amigos num apartamento no aterro do Flamengo, perto do Palácio do Catete, local onde Getúlio Vargas se matou. Era o BBF, com Lívio e Milena, do Piauí; Ricardo e Micheli do Rio Grande do Sul; e os paulistas Ricardo Schwartz e Marcos, além de mim e do Paulo, uma gaúcha e um paulista que representavam Santa Catarina.

Foram dias mágicos. Coisas fantásticas aconteceram. Desde refletir e aprender efetivamente coisas importantíssimas sobre jornalismo, comunicação, a responsabilidade na formação do olhar. Conheci um Rio que não imaginava. Vi obras de Aleijadinho, andei de ônibus, de metrô, fomos roubados por taxistas, pulei no Cordão do Bola Preta, em pleno Centro da cidade. Mergulhei na praia de Cobacabana, que tem uma água incrivelmente salgada e gelada (pelo menos no dia em que fui), além de uma areia grossa, diferente da que estou acostumada em SC. Achei o Rio incrivelmente decadente, em virtude de sua arquitetura. Pelo menos nos bairros que eu conheci mais de perto. Mas, o Rio é tão lindo. Não vi a cidade maluca que imaginava. Conheci tanta gente interessante. Fomos ao ensaio das escolas de samba na Sapucaí. Acho que valeu mais do que um desfile oficial. Conhecemos as pessoas que fazem a escola de samba. O povo. Os ambulantes geniais que de público passaram a empreendedores, pessoas batalhadoras e que amam o Carnaval. Eu que nunca gostei muito, entendi um pouco mais desta magia naqueles dias.

Mas, o ano de 2007 tinha apenas começado. Foi o ano mais produtivo que tive até hoje. Participei de dois documentários, um interprograma e fiz meu primeiro curta metragem onde assinei sozinha a direção e o roteiro. Foi o Procura-se uma banda! Um vídeo de quase 15 minutos, com uma história tosca, mas que, eu me orgulho. Acho que ele é ingênuo e despretencioso. Têm muitos problemas de roteiro, de som, mas foi muito legal de fazer. Escrevi meu primeiro livro na aula de Redação Jornalística 6. Baseado no livro A Sangue Frio, do Truman Capote. Ficou péssimo, nem meu professor leu inteiro. Disso eu tenho quase certeza. Mas, foi bacana pela experiência. Aprendi muito em 2007. Mais do que eu imaginava.

Me separei, voltei a morar com meus pais em Piçarras, depois voltei a morar com meu namorado/marido. Tive a sensação que vivi mais do que um ano.

Em 2008, trabalhei muito também. Fiz estágio na Assessoria da Fundação de Esportes de Itajaí, onde eu, uma completa sedentária caí de cabeça no esporte. Baita aprendizado. Eu que tinha meu trauma das aulas de educação física no colégio, por sempre ser a última a ser chamada para jogar qualquer coisa, consegui mudar meu olhar e ver que o esporte é fundamental para termos qualidade de vida. Aprendi que meus professores na escola eram uns babacas que sempre estimularam o rendimento, quando deveriam ensinar a gostar de esporte, para aí sim, encaminhar ao rendimento. Quem sabe eu não poderia ter sido uma nadadora promissora? Se eu tivesse natação nas escolas estaduais que estudei, quem sabe...

Neste mesmo ano fui repórter do jornal Diário do Litoral, o popular Diarinho. Um jornal ímpar e auto-intitulado: "O jornal mais quente do sul do mundo". Sem dúvida é um jornal polêmico por sua linguagem, estilo... Um jeito "peixeiro" de ser. Aprendi mais sobre redação jornalística do que em toda graduação. Sou ainda muito, muito insegura quanto ao meu texto, mas no Diarinho, ao contrário do que os professores diziam na faculdade, éramos estimulados a escrever algo fora do lead. Aquele primeiro parágrafo básico que responde às perguntas: por quê? Quando? Onde? Como? Quem? E o quê?

Foi bacana a experiência. Caí direto na editoria de polícia. Trabalhei seis meses no jornal. Vi gente morta (o que nunca é fácil de lidar), entrei em presídio, conheci policiais de todo tipo, dos mais gente boa até os mais idiotas, entrevistei patricinhas que bateram o carro, estelionatários, ladrões de galinha, gente que odiava o jornal, gente que amava o jornal. Apesar de difícil, acho que a editoria de polícia é fundamental para quem faz jornalismo, mesmo que o cara vá fazer cultura, o que eu curto muito mais. Em polícia a gente aprende a tentar entender nas entrelinhas as coisas que acontecem. A ler as realidades sem tentar perguntar tanto o óbvio, apesar de eu ter feito muitas perguntas óbvias. É estranho, é muito feeling, mas não sei como decifrar. Também não fui uma grande repórter policial. Mas, acho que o pouco tempo que passei no Diarinho foi uma grande escola. O jornal tem seus problemas, como todo lugar, mas foi um aprendizado gigante. Há grandes jornalistas lá e uma boa redação é sempre o melhor lugar para uma foca meio perdida que nem eu.