domingo, 31 de maio de 2009

Jean Charles

O filme promete. Gostei do trailer e do estilo câmera na mão. Espero que seja exibido aqui em Itajaí...




Abaixo uma entrevista do diretor Henrique Goldman ao repórter Eduardo Tardin, do Uol.

"Não poderia deixar de acusar os policiais", diz diretor de Jean Charles;

EDUARDO TARDIN


Foi divulgado nesta segunda-feira (6) o trailer do filme "Jean Charles", que abordará o assassinato do eletricista Jean Charles de Menezes, morto com sete tiros na cabeça no metrô de Londres em 2005, um dia após um atentado à bomba fracassado na cidade. No elenco, estão os atores Selton Mello e Vanessa Giácomo.

O filme, que inicialmente havia sido encomendado pela rede estatal britânica BBC, foi cancelado por questões legais e divergências artísticas com Henrique Goldman, o diretor do longa. Na época, Goldman disse que gostaria de privilegiar o ponto de vista brasileiro da história, enquanto a rede estatal queria algo com a visão inglesa do caso.

Para Goldman, que conversou com o UOL Cinema no último sábado, as mudanças "fazem parte do percurso de qualquer filme". O diretor, envolvido atualmente com a finalização do longa, disse que o fato de trabalhar há 27 anos fora do país fez com que se identificasse com Jean Charles. O filme tem estreia prevista para o dia 26 de junho. Leia, a seguir, a entrevista:

UOL Cinema - O que mais chamou a atenção no caso de Jean Charles, que fez com que você não desistisse do projeto quando a BBC resolveu deixá-lo de lado?
Henrique Goldman - O fato de a BBC tê-lo deixado de lado me motivou ainda mais, porque a porta se abriu para fazer o filme que eu queria. Não abandonei o projeto porque não podia ser abandonado. Era importante para mim, para o Brasil e para a Inglaterra. E também para o UK Film Council e a Ancine [Agência Nacional do Cinema], que financiaram o filme.

UOL Cinema - O filme aborda de alguma forma os erros dos policiais ingleses e o fato de ninguém ter sido punido até hoje?
Henrique Goldman - Sim. Apesar de não ter um enfoque na polícia, é um filme sobre o Jean Charles e seus primos, e não poderia deixar de apontar o dedo e acusar esses policiais, porque eles são desonestos. Mas a história central do filme é de como a prima dele, a Vivian [interpretada por Vanessa Giácomo], sofre com tudo que aconteceu; é a história de uma menina inocente que vira mulher, de uma pessoa se reencontrando depois de uma perda grande.

UOL Cinema - Você se identificou com o fato de Jean Charles tentar a vida em outro país, já que mora fora do Brasil há 27 anos?
Henrique Goldman - Esse foi o talvez o principal ponto de identificação minha com o Jean Charles e essa história. E não é uma coisa só minha, é um evento histórico mais recente o fato de que o Brasil deixou de ser um país feito por imigrantes para produzir emigrantes. E o Brasil não conhece esse "Brasil do exterior"; esse olhar dos brasileiros no exterior é uma coisa que não foi bem explorada.

UOL Cinema - Você trabalha mais como diretor de documentários. Por que optou por contar a história de Jean Charles em forma de ficção inspirada em fatos reais?
Henrique Goldman - A ficção nos possibilita contar uma história maior. No nosso filme, o Jean Charles e os primos dele exemplificam essa condição da "diáspora" brasileira, sobre esses brasileiros que vivem no exterior. E foi também um jeito de condensar e criar um impacto emocional maior. Um documentário sobre isso não me interessaria.

UOL Cinema - Como foram os contatos com a família de Jean Charles durante a elaboração do roteiro?
Henrique Goldman - Eles nos ajudaram muito. Sou muito grato pelo fato de confiarem em nós. Óbvio que essa situação os abalou muito, e eles ficaram feridos também pelo uso que a imprensa fez da imagem do Jean, em especial a inglesa, dando destaque a boatos levantados por policiais. Existia, com razão, certo receio da parte deles. Mas, passado esse momento inicial, nos ajudaram muito. Entrevistamos a família e também amigos. O ex-patrão e uma das primas de Jean até interpretam a si mesmos no filme.

UOL Cinema - Houve muitas adaptações na história de Jean Charles para que ela se encaixasse bem no roteiro?
Henrique Goldman: Claro, é uma obra abertamente de ficção, mas sempre fiel ao espírito do mundo que está retratando, que é o dos brasileiros no exterior. Foi baseado em horas de entrevista, depois de uma imersão total minha e do roteirista Marcelo Starobinas no mundo deles. Mas a ordem dos eventos não é necessariamente a mesma.

UOL Cinema - Como foi a participação do Sidney Magal?
Henrique Goldman - O que aconteceu de verdade foi que o Jean Charles consertou o "réchaud" de um restaurante brasileiro em Londres onde o Zeca Pagodinho iria almoçar. O dono do restaurante, em pânico, ligou para o Jean, que foi lá consertar e salvou o dia. Pensamos em fazer a cena com o Zeca Pagodinho, mas ele não tinha disponibilidade para viajar. Então pensamos em quem poderia ser um substituto à altura e que pudesse trazer uma coisa engraçada e divertida do Brasil. Por isso chegamos ao Magal. Em vez de salvar a feijoada, no filme ele salva o show do cantor.

sábado, 30 de maio de 2009

Fusca transformers

Sem dúvida o carro mais memorável de todos os tempos. Agora em nova roupagem.



sexta-feira, 29 de maio de 2009

Por que democracia?

Um amigo do Rio, o Marcio Belão, participou da produção do vídeo "Por que democracia?" com dois amigos dele, Tainara Ferreira e Marcelo Antônio.

Eles inscreveram o vídeo no concurso mundial Democracy Video Challenge. Ficaram entre os três melhores do Brasil, depois entre os melhores da América Latina e agora estão na terceira etapa. Eles disputam através de voto popular a categoria Melhor Vídeo Hemisfério Ocidental com outro trabalho brasileiro e mais um norte-americano. Para isso, eles precisam de votações no You Tube.

Eu adorei o resultado e se você quiser colaborar, é só conferir o vídeo, clicar aqui para votar e procurar pelo porque democracia (why democracy) que está sob o perfil de marcio100000000. Obrigada! Abração

Simone

pra te lembrar..

Há alguns dias tenho andado com essa música na cabeça. Composta e gravada pelo Nei Lisboa, ela ficou mais conhecida na voz de Caetano Veloso. Este, por sua vez, registrou a canção na trilha do filme "Meu tio matou um cara", de Jorge Furtado. Abaixo as duas versões, só que ao vivo...

Pra te lembrar
Nei Lisboa

O quê que eu vou fazer pra te esquecer
Sempre que já nem me lembro
Lembras pra mim
Cada sonho teu me abraça ao acordar
Como um anjo lindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nem um adeus pode apagar.
O quê que eu vou fazer pra te deixar
Sempre que eu apresso o passo
Passas por mim
E um silêncio teu me pede pra voltar
Ao te ver seguindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nem um adeus pode apagar.
O quê que eu vou fazer pra te lembrar
Como tantos que eu conheço
E esqueço de amar
Em que espelho teu
Sou eu que vou estar
A te ver sorrindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nem um adeus pode apagar.





quarta-feira, 27 de maio de 2009

Exposição Cartografias promove um encontro com a arte


Inicialmente os alunos do primeiro ano do Ensino Médio da escola Pedro Paulo Philippi, de Itajaí, Santa Catarina, chegaram meio desconcertados ao saguão da Prefeitura Municipal. Eles paravam em frente às obras da exposição Cartografias e não entendiam muito bem qual a proposta da artista Cláudia Regina Telles. Lupas dependuradas nas paredes e vários mapas não muito familiares recheados de palavras. Até que Cláudia se apresenta e promove um encontro com a arte.


Na noite de terça-feira, 26/05, os alunos de geografia e artes que fazem parte do projeto Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja), participaram de uma aula de campo com a professora de artes, Jussara Malburg. Eles visitaram a exposição “Cartografias”, composta por série de obras da artista Cláudia Regina Telles. A mistura de literatura e artes plásticas a primeira impressão provocou estranhamento, mas conforme Cláudia foi explicando os seus processos construtivos, que são reflexos de sua própria inquietude existencial, “tudo foi ficando mais claro”, como diz o estudante e motorista, Reginaldo Reymond.


Cláudia possui formação acadêmica em letras e artes cênicas, mas mostrou que é uma artista completa. Seu conhecimento e sensibilidade em tentar transpor ao papel poesia em desenho, emocionou os alunos. Como muitos estudantes cursam a disciplina de geografia, eles viram através das cartografias um pouco das primeiras experiências de produção de mapas, narradas pelos navegadores aos escritores e desenhistas que ficavam em terra. Ou seja, muitas pessoas que produziram os mapas, jamais estiveram no local que desenharam e, mesmo assim, a imaginação florescia nos desenhos. Esta é uma das percepções de Cláudia sobre sua obra.


Para a aluna e comerciante Lenir Lígia, a partir do bate-papo com a artista ela pode observar a exposição de outra forma. “Tudo no início parecia um monte de letrinhas na parede, mas quando ela falou da proposta, dos sentimentos transferidos para o papel, tudo foi sendo esclarecido”. Cláudia afirmou que a cartografia funciona como uma descoberta de si mesmo e que é preciso observar com lupa, com um segundo olhar, atento, para ver profundamente tudo que cada pessoa passa nos seus traços.


Em uma conversa informal Cláudia falou sobre a arte contemporânea e citou o alemão Joseph Beuys, um dos mais influentes artistas europeus na segunda metade do século XX. Assim como a artista catarinense, Beuys trabalhou diversas técnicas e suportes, incluindo escultura, performance, vídeo e instalação. São dele as frases: "Toda a gente é um artista", "Libertar as pessoas é o objetivo da arte, portanto a arte para mim é a ciência da liberdade" e "Tornai os segredos produtivos". Assim como Cláudia Regina Telles, todos os presentes puderam se sentir artistas também. Ela encerrou o encontro com a música “Caçador de mim”, imortalizada na voz de Milton Nascimento, mas composta por Luís Carlos Sá e Sérgio Magrão.


Últimos dias da exposição


Na próxima quinta-feira, 28/05, às 19h30min, outro encontro como este deve acontecer e vai contar ainda com a participação da artista e arte educadora Rosane Martins Fernandes. Será discutido o tema “Pesquisa de Materiais nas Poéticas Contemporâneas”. Ao final de todos os encontros será disponibilizado um certificado de participação de oito horas.


Hoje, quarta-feira, 27, às 19h acontece a exibição do documentário “O Mistério de Picasso”, do diretor Henri Georges Clouzot. O filme apresenta o processo criativo de Picasso na década de 50. Esta película faz parte do tesouro nacional do governo francês devido ao teor de sua obra, pois todas as ilustrações realizadas pelo artista durante as filmagens foram destruídas logo após o término das gravações.



Mais informações sobre a exposição Cartografias


Segundo a artista Cláudia Regina Telles seus trabalhos são “frutos do processo investigativo sobre o desenho, o manuscrito, o traço, a escritura, assim como o uso da palavra, da linguagem poética, seus contornos, melindres e sutilezas”.


A exposição Cartografias é composta por série de obras de diversos tamanhos e suportes, elas foram realizadas entre 2007 e 2009. São poemas de escrita fluída, ou seja, composições intuitivas e de natureza psicológica. As palavras não necessitam de narrativa linear, mas são transcritas em forma de desenho e remetem às imagens de mapas. Para compor as obras foram utilizados diversos materiais, como telas, papel cartão e até a própria parede da galeria.


A idéia da exposição surgiu com a obra “Cartografia” produzida especificamente para a mostra Pretexto Arte Contemporânea do Sesc, realizada entre os dias 07 e 30 de abril na prefeitura. Esta cartografia desenho/instalação contém três metros quadrados e foi composta diretamente no painel/parede da estrutura. “Este trabalho é único, tem caráter performático, efêmero e só existe naquele espaço”, completa Cláudia. Todas as obras podem ser conferidas até o dia 29 de maio de 2009, de segunda à sexta-feira, entre 8h e 18h no Átrio do Paço da Prefeitura Municipal de Itajaí. A exposição conta com apoio da Fundação Cultural de Itajaí. Mais informações podem ser conferidas no blog de Cláudia: http://claudiareginatelles.blogspot.com/



Serviço



O quê: Programação especial da exposição “Cartografias” da artista Cláudia Regina Telles

Quando: de 25 à 28 de maio (segunda à quinta-feira), a partir das 19h30min. Na quarta-feira o horário previsto é 19h.

Onde: Átrio do Paço da Prefeitura Municipal de Itajaí - Rua: Alberto Werner, 100 - Vila Operária - Itajaí/SC

Período de visitação: de 14 até 29 de maio de 2009, de segunda à sexta-feira, entre 8h e 21h

Informações e agendamento de escolas e grupos

Contato: Ateliê Clara Lua Cheia - (47) 3248-2184 ou 9159-4220

e-mail - claraluacheia@yahoo.com.br

blog - http://claudiareginatelles.blogspot.com


segunda-feira, 25 de maio de 2009

Programação especial da exposição Cartografias



Na próxima semana a exposição “Cartografias”, da artista Cláudia Regina Telles, contará com uma programação especial. De segunda à quinta-feira a arte contemporânea será discutida através de conversas, performances e exibição de filmes. A mostra que mistura literatura e artes plásticas pode ser conferida até dia 29 de maio, no Átrio do Paço da Prefeitura Municipal de Itajaí, ou seja, no saguão da prefeitura.


Programação

Na segunda-feira, dia 25/05, às 19h30min, será realizada uma conversa com a artista, ilustradora e arte educadora Márcia Cardeal sobre a temática: “O Desenho nas Poéticas Contemporâneas”.

Já na terça-feira, 26/05, às 19h30min, Cláudia fará uma performance sobre a “Cartografia da Escritura”, onde será debatido o processo de composição da exposição.

Na quarta-feira, 27/05, às 19h, acontece a exibição do documentário “O Mistério de Picasso”, do diretor Henri Georges Clouzot. O filme apresenta o processo criativo de Picasso na década de 50. Esta película faz parte do tesouro nacional do governo francês devido ao teor de sua obra, pois todas as ilustrações realizadas pelo artista durante as filmagens foram destruídas logo após o término das gravações.

Na quinta-feira, 28/05, às 19h30min, a artista e arte educadora Rosane Martins Fernandes, participa com Cláudia da conversa “Pesquisa de Materiais nas Poéticas Contemporâneas”. Ao final de todos os encontros será disponibilizado um certificado de participação de oito horas.

Mais informações sobre a exposição Cartografias


Segundo a artista Cláudia Regina Telles seus trabalhos são “frutos do processo investigativo sobre o desenho, o manuscrito, o traço, a escritura, assim como o uso da palavra, da linguagem poética, seus contornos, melindres e sutilezas”.


A exposição Cartografias é composta por 32 obras de diversos tamanhos e suportes, elas foram realizadas entre 2007 e 2009. São poemas de escrita fluída, ou seja, composições intuitivas e de natureza psicológica. As palavras não necessitam de narrativa, mas são transcritas em forma de desenho e remetem imagens de mapas. Para compor as obras foram utilizados diversos materiais, como telas, papel cartão e até a própria parede da galeria.


A idéia da exposição surgiu com a obra “Cartografia” produzida especificamente para a mostra Pretexto Arte Contemporânea do Sesc, realizada entre os dias 07 e 30 de abril na prefeitura. Esta cartografia desenho/instalação contém três metros quadrados e foi composta diretamente no painel/parede da estrutura. “Este trabalho é único, tem caráter performático, efêmero e só existe naquele espaço”, completa Cláudia. Todas as obras podem ser conferidas até o dia 29 de maio de 2009, de segunda à sexta-feira, entre 8h e 18h no Átrio do Paço da Prefeitura Municipal de Itajaí. A exposição conta com apoio da Fundação Cultural de Itajaí. Mais informações podem ser conferidas no blog de Cláudia: http://claudiareginatelles.blogspot.com/


Serviço


O quê: Programação especial da exposição “Cartografias” da artista Cláudia Regina Telles


Quando: de 25 à 28 de maio (segunda à quinta-feira), a partir das 19h30min. Na quarta-feira o horário previsto é 19h.


Onde: Átrio do Paço da Prefeitura Municipal de Itajaí - Rua: Alberto Werner, 100 - Vila Operária - Itajaí/SC


Período de visitação: de 14 até 29 de maio de 2009, de segunda à sexta-feira, entre 8h e 21h



Informações e agendamento de escolas e grupos


Contato: Ateliê Clara Lua Cheia - (47) 3248-2184 ou 9159-4220

e-mail - claraluacheia@yahoo.com.br

blog - http://claudiareginatelles.blogspot.com

domingo, 24 de maio de 2009

jornaleira

Eu desde criança sempre fui apaixonada pela comunicação. Seja o cinema, as cartas, as conversas, os programas de televisão, os jornais, as revistas ou a internet, tudo relacionado a mensagem, receptor e emissor me motiva. Saber como pensam ou vivem as outras pessoas, seus sonhos, seus anseios, lutar pela justiça e por um mundo melhor, acho que é este o nosso papel como comunicadores sociais. Escolhi o jornalismo como uma forma de tentar entender melhor o mundo e assim, tentar entender um pouco mais de mim também.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Proteja as baleias mantendo a proibição da caça!


A Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA Brasil) está com uma campanha para manter a proibição da caça às baleias. No dia 22 de junho mais de 80 governantes de diversos países irão se encontrar em Portugal para decidir o futuro destes animais, como se o ser humano pudesse decidir o futuro de outras espécies.

Na reunião anual da Comissão Internacional da Baleia (CIB), os países membros irão considerar uma proposta que permite a caça comercial costeira o que acabaria com a proibição internacional realizada há mais de 25 anos e certamente seria um desastre para as baleias. Não podemos deixar que isso aconteça.

Você faria algo bem simples para salvá-las?

Acesse o link abaixo e siga as intruções!

http://e-activist.com/ea-campaign/clientcampaign.do?ea.client.id=24&ea.campaign.id=3498

Obrigada!

Cães de Gravataí no RS precisam urgentemente de um lar!


Cinco cães que moram no pátio de uma empresa em Gravataí, no Rio Grande do Sul, precisam de um lar até a próxima quinta-feira, dia 21 de maio. O motivo é que os diretores da empresa não querem mais os cachorros por lá e até sexta-feira se não conseguirem encontrar um lar para eles vão mandar os cinco cães e mais os sete filhotes para o lixão de Gravataí. Um dos funcionários, o Leonardo, abraçou a causa em prol dos animais indefesos e está tentando doar os bichinhos ou pelo menos encontrar um lar provisório antes que algo pior aconteça.

Por favor, se você é da região metropolitana de Porto Alegre e gosta de bichos, contribua de alguma forma. Entre em contato com o Leonardo para ver o que você pode fazer.

Os contatos dele são os seguintes:

E-mail: leonardo@furrielexpress.com.br

Fones: (51) 9602-5870 - 9342-3491 - 3470-3485

Muito obrigada, tomara que estes bichinhos tenham um lar, carinho e o respeito que merecem!




quarta-feira, 13 de maio de 2009

Ciclo das Horas



Em 2007 começamos a gravar Ciclo das Horas, documentário que mostra sete histórias de pescadores industriais e a rotina de seus familiares. Os ciclos de partida, espera e retorno, assim como as dificuldades no mar, a exploração do trabalho e o desequilíbrio ambiental são alguns dos temas abordados neste vídeo que é como um filho para mim e para a diretora e minha amiga Sheila Ana Calgaro. A idéia de realizar este projeto surgiu do TCC da Sheila, o livro-reportagem "Vidas Separadas pelo Mar" (clique aqui para saber onde comprar o livro).

Atualmente estamos batalhando por patrocínios para terminar o projeto. Edição, finalização e se possível a prensagem de alguns DVD´s para distribuirmos em escolas e universidades da costa brasileira. Infelizmente está difícil conseguir aprovar em alguma lei de incentivo, mas vamos tentando.

Em breve vamos lançá-lo e se possível para o maior número de pessoas. Bem, caso você seja empresário ou gostaria de patrocinar a gente, por favor entre em contato pelo e-mail: simonecastro81@gmail.com A contrapartida é bem bacana, hein... vale a pena!

Mas, é isso... Divulgo aqui as novidades...

Grande abraço!


FICHA TÉCNICA CICLO DAS HORAS
Direção, roteiro e produção geral: Sheila Ana Calgaro
Direção de fotografia e animação Mederijohn Corumbá
Edição e finalização: Mederijohn Corumbá, Roberto Stahelin e Luciana Siebert
Produção: Simone Castro
Trilha Sonora: Leonardo Augusto Felippi
Narração: Mariana Furlan

Flying Kebab

Acima o primeiro episódio: Piloto

A internet é fantástica pela democratização de linguagens, talentos e coisas bacanas que a gente pode ver sem sair de casa e por um preço cada vez mais acessível. Mas, o mais legal é capacidade que cada vez mais pessoas podem ter de mostrar as coisas fantásticas que produzem, especialmente na cena independente de qualquer segmento. Ontem tive uma boa surpresa neste sentido. Através do blog do Tas conferi o projeto Flying Kebab, uma série de vídeos com uma trama instigante que se passa no Brasil e no Líbano.

A primeira coisa que chama atenção em Flying Kebab é a ótima fotografia. A história se desenvolve e nos mostra que o roteiro, a trilha sonora, o carisma do personagem central (Nando), são tão bons quanto e nos faz querer saber tudo que vai acontecer com o cara de cabelo diferente... Vale a pena conferir e prestar atenção nos detalhes.


O quê: Flying Kebab
Onde: http://flyingkebab.com/pt/
Quem: Matheus Siqueira, na direção; Cléderson Peres produtor associado; e Nando Borges, ator e personagem central da trama.


Abaixo o segundo episódio: Cada coisa que eu faço por você

terça-feira, 12 de maio de 2009

CARTOGRAFIAS

Exposição de Arte Contemporânea e Literaturada da artista Cláudia Regina Telles



Podemos definir cartografias como a arte ou a ciência de produzir mapas através de desenhos, mas esta denominação pode ser um tanto quanto restrita se for utilizada para descrever a mostra “Cartografias”, da multiartista Cláudia Regina Telles.

A exposição composta por 32 obras de diversos tamanhos será aberta a partir da próxima quinta-feira, 14 de maio, às 18h, no Átrio do Paço da Prefeitura Municipal de Itajaí, Santa Catarina. Segundo a artista, seus trabalhos são “frutos do processo investigativo sobre o desenho, o manuscrito, o traço, a escritura, assim como o uso da palavra, da linguagem poética, seus contornos, melindres e sutilezas”.

As cartografias de Cláudia foram realizadas entre 2007 e 2009. Elas misturam literatura e artes plásticas. São poemas de escrita fluída, composições intuitivas e de natureza psicológica. As palavras não necessitam de narrativa, mas são transcritas em forma de desenho e remetem imagens de mapas. Para compor as obras foram utilizados diversos materiais, como telas, papel cartão e até a própria parede da galeria.

A idéia da exposição surgiu com a obra “Cartografia” produzida especificamente para a mostra Pretexto Arte Contemporânea do Sesc, realizada entre os dias 07 e 30 de abril na prefeitura. Esta cartografia desenho/instalação contém três metros quadrados e foi composta diretamente no painel/parede da estrutura. “Este trabalho é único, tem caráter performático, efêmero e só existe naquele espaço”, completa Cláudia. Todas as obras podem ser conferidas até o dia 29 de maio de 2009, de segunda à sexta-feira, entre 8h e 18h no Átrio do Paço da Prefeitura Municipal de Itajaí.

Mais informações: http://claudiareginatelles.blogspot.com/


Serviço
O quê: Coquetel de abertura da exposição “Cartografias” da artista Cláudia Regina Telles
Quando: 14 de maio de 2009, às 18h
Onde: Átrio do Paço da Prefeitura Municipal de Itajaí - Rua: Alberto Werner, 100 - Vila Operária - Itajaí/SC
Período de visitação: de 14 até 29 de maio de 2009, de segunda à sexta-feira, entre 8h e 18h
Informações e agendamento de escolas e grupos
Contato: Ateliê Clara Lua Cheia - (47) 9159-4220
E-mail: claraluacheia@yahoo.com.br

Fotos: Cláudia Regina Telles
Texto: Simone Castro
Jornalista DRT SC 03440 JP




sexta-feira, 8 de maio de 2009

Twitter

Entrei pro mundo do Twitter. Achava meio banal, idiota, mas até que parece útil. Só é importante ver quem a gente segue. Beleza, se alguém quiser me adicionar lá, o endereço é www.twitter.com/simonecastro81.

É isso aí... bjos!

ONGs buscam indenização de mais de R$ 60 milhões pela captura ilegal de tubarões

A Sea Shepherd Brasil, o Instituto Justiça Ambiental e o Instituto Litoral Sul ingressam nesta quinta-feira, 7 de maio, com ação civil pública na Justiça Federal de Rio Grande, RS. A mobilização das ONGs iniciou em 19 de junho de 2008, quando o Batalhão de Polícia Ambiental da Brigada Militar e o IBAMA autuaram em flagrante a empresa pesqueira Dom Matos Comércio de Pescados e Resíduos Ltda, sediada naquela cidade, com 3,3 toneladas de barbatanas de tubarão. As barbatanas pertenciam a espécies marinhas seriamente ameaçadas de extinção, sendo elas o cação-anjo, cação-cola-fina e raia-viola. Pela quantidade de barbatanas, estima-se que cerca de 36 mil exemplares foram abatidos.
A Portaria 121-N do IBAMA determina em seus artigos 2º e 3º, parágrafo 2º, que é proibida a rejeição das carcaças dos tubarões ao mar após a retirada das barbatanas e caudas, assim como obriga a pesagem de todas as carcaças e preenchimento de formulários fornecidos pelo órgão, quando do retorno das embarcações aos portos. "Trata-se de uma norma coerente e importante que visa evitar a captura descontrolada. A portaria foi ignorada, uma vez que havia no local da autuação apenas barbatanas, sem uma carcaça sequer", explica Cristiano Pacheco, diretor-executivo do Instituto Justiça Ambiental. "Temos elementos suficientes para uma condenação pecuniária exemplar", completa.

O parecer técnico apresentado pelo biólogo Ricardo Clapis Garla, doutor em Ciências Biológicas e especialista em elasmobrânquios da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, deixa claro a gravidade da situação desses animais e dos ecossistemas envolvidos. "Estudos científicos mostram que a remoção dos tubarões pode ocasionar impactos imprevisíveis e devastadores, cujos efeitos repercutem em cadeia em vários níveis nos ecossistemas marinhos", alerta Garla.

A indústria de barbatanas de tubarão tem ramificações em quase todos os países costeiros do mundo, incluindo a Ilha de Galápagos, o santuário de Darwin, hoje talvez a 'capital' latina da indústria de barbatanas de tubarão. No Brasil há ramificações desde o Pará até Rio Grande, no extremo sul. "A falta de fiscalização adequada da pesca predatória no Sul do Brasil permite este tipo de prática, que atenta contra a biodiversidade marinha", comenta Sebastián Diano, presidente do Instituto Litoral Sul.

Atento aos estragos causados por essa incessante busca pelo lucro a qualquer custo, desrespeitando os limites estabelecidos pela legislação, o Instituto Sea Shepherd obteve informações privilegiadas sobre o mercado negro de barbatanas. Um dos proprietários da empresa Dom Matos, de Rio Grande, seria na verdade representante de uma outra empresa, sediada em Santos, SP, que já teve outras empresas pesqueiras em seu nome. O objetivo é confundir a fiscalização, abrindo e fechando negócios de fachada. "Lutamos por toda a vida marinha, não apenas pelos 'bichinhos bonitos'. Somos a voz daqueles que não podem falar mas também têm direitos, conforme a legislação brasileira", conclui Daniel Vairo, diretor geral da Sea Shepherd no Brasil.

Para entrevistas com Cristiano Pacheco, diretor-executivo do Instituto Justiça Ambiental e procurador no processo, contatar pelo telefone 51-9829-9010 ou email contato@ija.org.br.


Sobre os institutos envolvidos


O Instituto Sea Shepherd Brasil (ISSB) - Guardiões do Mar, integra a Sea Shepherd Conservation Society, criada em 1977, nos EUA, pelos fundadores do Greenpeace, que preferiram formar um movimento mais ágil, objetivo e ativista. O Instituto Sea Shepherd tem estatuto próprio e nacional, sendo guiado pela Constituição Federal Brasileira, artigo 225, tendo como missão a conservação da natureza e a proteção do meio ambiente. Visite http://www.seashepherd.org.br/ para mais informações.

O Instituto Justiça Ambiental é uma organização não-governamental sem fins lucrativos que atua na área jurídica em defesa do meio ambiente, através de capacitações, parcerias, educação ambiental, simpósios e ações civis públicas ambientais, apoiando ONGs e o Poder Público. Saiba mais em http://http://www.ija.org.br//.

O Instituto Litoral Sul é uma instituição de natureza científica, cultural e educacional, sem fins lucrativos, que foi criado com a missão de preservar e conservar os ecossistemas marinhos e costeiros do litoral sul, promovendo a preservação e proteção do patrimônio arqueológico e paleontológico.

Fotos, vídeos e informações adicionais:
http://www.flickr.com/photos/27811269@N02/sets/72157610129935591/

Fonte: Instituto Ninha Rosa e Assessoria de Imprensa: Marcio de Almeida Bueno (jornalista Mtb 9669) - Bureau Assessoria e Conteúdo

sexta-feira, 1 de maio de 2009

90 anos do Vô Juvenal

Meu avô por parte de pai faz 90 anos no próximo domingo. Amanhã encontrarei o restante da família em Lages, onde vamos confraternizar esta data tão importante. Nossa, 90 anos! Ele já passou por tanta coisa. Nasceu em 1919 na Praia Grande, quando ainda pertencia a Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul. Antes do meu pai nascer, meu , seus irmãos, meus bisavôs, partiram com suas mulheres e filhos para São José do Cerrito, na serra catarinense. Meu pai nasceu nesta pequena cidade. Lá eles tinham um sítio, plantavam feijão, criavam gado e vários animais até que na década de 60 partiram para Lages, onde meu pai já estudava para ser torneiro mecânico.

Meu avô é um cara fantástico, um dos homens mais engraçados que já conheci. Faz contas de matemática como ninguém. Foi com ele que eu aprendi uma das coisas que mais amava na infância: jogar dominó. De vez em quando ainda jogamos.

O que é triste é que minha vó não estará presente. Ela morreu há nove anos, mas creio que seu espírito estará com a gente. Semana que vem escrevo sobre como foi a festa.

Dia do Trabalhador para uma desempregada

Eu li agora um texto sobre o 1º de Maio, Dia do Trabalhador, no blog do Rafael Cortez que me fez pensar bastante. Me identifiquei profundamente porque, como ele, já fiz de tudo na vida, diversos sub-empregos, coisas chatas, mas sempre com um objetivo no fim do túnel. Conseguir fazer o que se gosta, ou seja, especificamente arte e comunicação.

Eu tinha dez anos quando descolei meu primeiro pagamento por alguma atividade que eu tenha feito, fora ajudar minha mãe ou meu pai. Era 1991, em Canoas, no Rio Grande do Sul e foi na fábrica de pijamas da minha vizinha. Eu, minha mãe e algumas outras vizinhas iamos para lá ajudar no fechamento dos pedidos. Eu normalmente passava os pijamas e embalava-os. Lembro que consegui comprar uma jaquetinha jeans e outras coisas que eu queria comprar, mas não lembro agora o que eram.

Depois vieram outros trabalhos nas férias escolares. Eu já morava em Piçarras, cidade do litoral catarinense. Fui repositora de mercadorias em um supermercado de uma amiga da minha mãe, trabalhei em uma floricultura e em uma banca de revista/papelaria. Até hoje uma das coisas que eu mais gosto na vida é do cheiro de revista nova. Era um trabalho pesado, pois praticamente não havia folga. Nas cidades litorâneas como quase não existe emprego durante o ano todo, geralmente é no verão que a gente tenta ganhar uma grana pra se manter, e as condições não são as melhores. Poucas folgas, os trabalhos raramente são registrados, o salário não é dos melhores e há muito, muito trabalho.

Com 17 anos, recém saída do antigo Segundo Grau eu só pensava em voltar pra Porto Alegre e fazer cinema, quando praticamente não havia faculdades e cursos. Mas, um amigo do meu irmão havia feito um workshop e também um curta em uma oficina e eu pensava nisso há uns dois anos. Depois de uma forte depressão, quando tinha 14 anos, o que me manteve com uma certa sanidade foi sonhar que eu poderia fazer filmes um dia, ou me expressar de alguma forma através da arte. E Piçarras não era o melhor lugar. Lembro que eu ouvia "Everiday is like sunday", do Morrissey, e pensava que essa música tinha sido feita pra mim.

Pois então, com 17 anos fui trabalhar no posto de vendas de um grupo de pescados. Na época ainda não era vegetariana. Pra minha sorte os peixes já estavam embalados e congelados, mas era um trabalho chato. Eu aproveitava pra ler bastante, já que havia alguns momentos em que ninguém aparecia na loja. Eu consegui economizar uma graninha razoável e em abril de 1999 meu sonho de voltar para o RS estava garantido. Minha família ficou com muito receio que eu fosse sozinha pra lá e como meu pai, meu irmão e minha mãe estavam meio sem perspectivas, fomos todos desempregados e para morar de aluguel. Foi loucura, mas deu certo. A primeira coisa que eu fiz foi ir à Casa de Cultura Mário Quintana e lá encontrei um cartaz sobre um curso, um Workshop de Cinema Super-8 com alunos da Famecos. Eu não sabia que diabo era a Famecos. Me bati, liguei, perguntei e descobri que era o bloco de comunicação da PUC/RS. Fiz o curso com universitários. Eu na época era bem mais revoltadinha e achava aquele mundo das faculdades uma palhaçada. Pareciam todos uns playboyzinhos, lembro que eu sentei no final da classe e não queria me misturar. Nossa, como eu era idiota. Mas, ao longo do curso fui vendo que o pessoal era legal e aprendi muita coisa bacana. Fizemos um filme, o "W.C.", que até hoje é um orgulho pra mim. Eu havia feito um filme! Um curta, uma coisa simples, mas tinha participado. Lembro que ele foi exibido em Gramado, no Festival de 1999 e foi horrível porque eu não pude ir. Estávamos sem grana lá em casa e eu havia começado meu trabalho em uma metalúrgica. Eu me lembro de ver umas imagens do pessoal do curso na TV e eu nem pude dizer pra meus novos colegas de trabalho que aquele filme tinha minha participação. Quem acreditaria? Uma operária metida a cineasta? Hoje até tudo bem, é mais fácil, especialmente com as tecnologias que se tem, com o digital, mas há dez anos (parece pouco), mas eu por exemplo, nem computador, celular tinha. Na verdade celular faz poucos anos que tenho. Mas, isso é conversa pra outra hora.

Fiquei dois anos na Tec Master. Eu era montadora eletrônica. Montava chicotes eletro-eletrônicos. Que diabo é isso? Os cabinhos internos de computadores, ar condicionados, telefones, TV´s, essas coisas. Fiz grandes amigos lá, foi um período maluco. Eu tinha o sonho tão latente do que queria, mas precisava ajudar em casa. Lembro que eu li "Um astronauta no Chipre", do Jorge Furtado e esse livro me fez correr atrás do prejuízo. Eu sai deste emprego e fui tentar vestibular na UFRGS pra jornalismo e minha segunda opção ia ser filosofia, mas cursar filosofia era só durante o dia e tipo...ser filósofo é ainda mais complicado de conseguir trabalho, eu decidi fazer artes cênicas. Eu sempre quis ser atriz, mas também sempre tive consciência que eu era muito ruim, talvez por isso eu quisesse ir pra trás das câmeras. Acho que é a frustração de não ser boa na frente delas. Só que a segunda opção em universidade federal é a coisa mais estapafurdia que existe. Mas, enfim. Sei que eu fui fazer o teste prático de artes cênicas no Instituto de Artes da UFRGS. Isso em 2001. Fui tão mal que decidi entrar num cursinho pra não repetir aquele feito de esquecer o texto na frente dos avaliadores. Mas, até hoje não fiz. Me matriculei, mas não rolou. Um dia ainda faço. Depois disso eu arranjei um trabalho como vendedora de consórcios de motos, logo eu que não entendo nada disso. Fiquei um mês no trabalho apenas. Obviamente não vendi uma moto sequer.

Por fim não passei no vestibular pra jornalismo e como não tinha grana pra uma particular no RS, foi melhor esperar. Fui trabalhar numa videolocadora. Era uma forma de estar perto dos filmes e de ganhar uma grana. Era um trabalho chato, o clima era muito, muito pesado. Era uma espécie de Mc´Donalds só que em formato de videolocadora. O bom é que era priorizado filmes cults, clássicos e a gente podia levar o acervo pra casa. Eu lembro que nas minhas folgas eu cheguei a levar seis filmes de uma vez só. Passei quase 12 horas vendo filmes. Eu morava em Canoas e trabalhava em Porto. Pegava ônibus, o metrô e ainda caminhava um pedaço a pé. Era bacana, apesar de tudo. Lembro que tinha uma regra que os funcionários não podiam ter relação fora do trabalho, mas todo mundo saía e festava juntos. O que eu lembro que era chato é que tinha uma certa competição entre os balconistas pra ver quem sabia mais de filmes. E isso me irritava um pouco. Mas, foi um período de grande experiência. Eu consegui um acervo muito bom pra uma das minhas coleções mais especiais: de posteres de filmes. Os donos da vídeo faziam promoções e distribuíam os posteres. Lembro que o dia que eu consegui "Casamento de Muriel", um dos filmes que mais gosto, eu fui rindo pra casa. Só fiquei frustrada porque não consegui o do "Assim Caminha a Humanidade", com o James Dean. Lembro com carinho de alguns dos clientes que esperavam eu atender outra pessoa pra pedir indicações comigo. Lembro de um senhor que eu indiquei "Nove Rainhas" um ótimo filme argentino e ele ficou cheio de dedos dizendo que achava que não ia gostar. Eu falei um pouco do filme e ele levou desconfiado. No outro dia ele veio me dizer todo eufórico que tinha curtido e acabou levando outra vez pra mostrar pro filho dele. Era engraçado porque pelo jeito das pessoas, pelos filmes que elas escolhiam, nós atendentes sabíamos que personalidade elas tinham. E neste trabalho eu conheci várias pessoas que eu admiro até hoje e que trabalhavam ali comigo. Músicos, jornalistas, atores, cineastas, escritores, tanta gente legal que tipo, trabalhou comigo e é tão legal ver que eles correram atrás dos objetivos.

Depois desse emprego, meus pais voltaram pra Santa Catarina e eu que havia feito a prova do Enem fui aceita pela Univali, em Itajaí e voltei pra Piçarras. Aqui é incrivelmente mais barato fazer uma faculdade que no RS, mas ainda assim poderia ser mais acessível. Fui trabalhar de caixa de supermercado. Meu horário era bem maluco. Das 16h à meia-noite. Eu e meu amigo Eder saíamos de zica (a popular bicicleta aqui), e íamos tomar umas e outras na praia cheia de turistas. Era engraçado ver o pessoal que a gente tinha atendido na festa. Eu também fazia o exercício de observar o que as pessoas compravam e assim pensava em como elas eram, como viviam. Pelo que as pessoas compram pode se saber como elas são. Se são sozinhas, se têm filhos, etc. Eu comecei a faculdade de jornalismo em 2004, ainda trabalhando no mercado. Aí depois fui trabalhar em outro supermercado e só na metade do ano eu comecei a fazer estágios na universidade. Um era voluntário na TV Univali e outro como bolsista no departamento de comunicação. Lembro que a grana era curta e eu fazia uns lanchinhos porque não tinha grana pra almoçar.

Na TV Univali eu fiquei dois anos. Comecei como pauteira, garota da previsão do tempo e saí com uma baita experiência. Depois de quase seis meses voluntária eu consegui uma bolsa e passei à equipe do Antenado. Nossa, a gente se matava pra fazer aquele programa e como era legal. Trabalhávamos fim de semana, feriado. Era uma espécie de documentário, ou TCC semanal. A gente pegava uma palavra e trabalhava com vários aspectos dela. Foi um grande aprendizado. Tudo era com a gente. Produção, apresentação, entrevista, roteiro, só não editávamos e nem fazíamos câmera, mas acompanhávamos os meninos. Pra conseguir ficar neste estágio e ajudar meus pais a pagar o restante da faculdade, moradia, etc, eu também fiz vários estágios toscos, em revista nada a ver, jornal bagaceiro. Trabalhei como operadora de telemarketing, recepcionista de hospital, enfim, fiz de tudo, novamente.

Mais pro final da faculdade consegui estágios legais, um em um jornal local, o Diarinho, que já comentei e coloquei algumas matérias aqui. Ele não é um modelo do jornal clássico, mas me serviu de grande aprendizado, especialmente porque me deu um outro olhar sobre o papel de quem faz comunicação. Depois fui trabalhar na assessoria de imprensa da Fundação de Esportes de Itajaí. Outro grande aprendizado. Agora me formei e tá mais complicado conseguir trabalho, pois pelo menos aqui as empresas ainda preferem um estagiário porque sai pela metade do preço e o cara desenvolve basicamente a mesma função. Quanto a mim estou pensando em algumas opções. Tenho feito uns bicos como motorista pra uma amiga que tem uma empresa de festas infantis. Esses dias eu trabalhei como monitora e é engraçado como as pessoas te olham. Se eu dissesse que era jornalista me tratariam de uma forma, mas como eu tava de monitora, quase uma babá, as pessoas te olham com um certo desdém, como se você fosse menos. Isso me incomoda muito. Se o cara é advogado, médico, tá tudo certo. Se é gari, motoboy, não é ninguém. Isso me irrita. As pessoas são avaliadas pelo que representam, pelo que têm e não pelo que são, pelo caráter. Isso é muito foda.

Enfim, eu não queria fazer qualquer coisa pra conseguir ter que me manter, mas também sinto que como está não dá pra ficar. Eu queria fazer algo que me movesse, que eu acreditasse, que me fizesse feliz. Não quero ter que voltar para um sub-emprego fixo, mas sei lá, parece que nada sai do lugar. Mas, tenho esperança que logo as coisas vão melhorar. Espero. Apesar de estar desempregada, como tantas outras milhares de pessoas, quero pelo menos desfrutar bem desse dia do trabalhador.