sexta-feira, 25 de abril de 2014

Quatro anos

Últimos minutos de 24 de abril de 2014. Há quatro anos cheguei em São Paulo. Um sábado. Desembarquei na rodoviária Tietê cedinho, antes das 7h. Era minha segunda vez na cidade. Peguei o metrô, fiz baldeação baseada no mapa, sempre baseada nos mapas. Acho que eles nos dão a dimensão real do espaço a ser desbravado. Desci na Consolação. Me lembro da cena clichê ao subir a escada rolante e chegar na Paulista com um travesseiro, um colchão de ar, uma mala, uma mochila, uma inscrição em um curso de roteiro, um monte de sonhos, expectativas e dinheiro pra ficar no máximo três meses. Achei que ia ser assaltada e engolida pela cidade em dois tempos. Estava vestida com minha armadura imaginária de Samurai, mas por incrível que pareça fui abraçada pela cidade de pedra. Alex, um amigo da faculdade, me recebeu em sua casa onde deixei as malas e dormi na primeira noite. Naquele mesmo sábado corri atrás de diversos endereços de pessoas com as quais quase dividi moradia. Algumas experiências surreais e mais bizarras que eu já vivi. Mas dei uma sorte imensa e conheci duas meninas que viraram meus anjos da guarda e minhas grandes amigas, Camilla e Elida, pessoas que eu devo minha gratidão eterna por terem me acolhido e ensinado tanto. Já no domingo estava instalada no apartamento da Artur com suas janelas e samambaias e a parede roxa. Outros anjos surgiram ao longo desses quatro anos. Muito obrigada a todos que me ajudaram direta ou indiretamente e que continuam me ajudando. São Paulo pode parecer hostil e é, mas também pode ser encantadora e eu gosto muito daqui.

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