quinta-feira, 21 de junho de 2007

Comentário... sempre é da vida alheia



O meu segundo texto deve ser um comentário. Bem, então vamos a definição do que isto quer dizer. O comentário sugere um julgamento. É um tema factual que as pessoas estão falam de maneira geral. Ele deve ter argumentação, mas essencialmente reflete a opinião de quem comenta.

Como sou gremista, poderia falar da derrota Grêmio, ontem para o Boca Juniors em Porto Alegre, na disputa pela Taça Libertadores da América. Contudo, não vou falar de futebol, quer dizer vou falar de futebol, mas não exatamente dele. Vou falar da tão falada bandeirinha Ana Paula de Oliveira e sobre o fato dela ter aceitado posar nua na Playboy.

Esses dias assisti um comentarista aqui de Santa Catarina, o Luiz Carlos Prates, descer a lenha na Ana Paula, porque ele acredita que posando nua ela vai perder o respeito dentro do campo. Ele dizia que os jogadores não deverão mais obedecê-la, aquela coisa toda. Afinal, todo mundo já teria visto ela peladona e assim Ana Paula perderia autoridade, e não teria moral. A boa e velha moral...

Isso confunde. Parece que para ter autoridade uma pessoa tem que manter um ar de superioridade, de supremacia e uma mulher então, seriedade. A gente pensa em mulheres poderosas e lembra das carrancudas. Margareth Thatcher, Rainha Elizabeth, Condoleezza Rice. Sei lá, pensei nelas, porque me remete que política lembra poder. As três representam poder.

Mas o assunto era a bendita bandeirinha. Pra mim o problema todo não é ela trabalhar em um ambiente masculino, não é isso, é o fato de tudo ter que ser plastificado. Parece que por mais que as coisas supostamente mudem a mulher sempre se transforma em um produto masculino. Até que ponto o feminismo contribuiu, se a gente vive em um mundo machista? O que mudou se agora temos jornada dupla, tripla e infinita? Acho que vou continuar isso no outro texto, isso rende um TCC, mestrado, etc... Mas, e a Ana Paula? Acho que no fundo ela não quer ser bandeirinha e sim garota propaganda de si mesma, mas enfim, não sou eu quem pago suas contas e pouco me importa o que ela faz ou deixa de fazer. Só gostaria que nós mulheres não fossemos tão objetos. Parece que o tempo passa e as exigências aumentam. Não basta ser bonita, inteligente, gostosa, boa mãe, profissional competente, é preciso ser a melhor em tudo. Onde fica o espaço para os defeitos, para as dificuldades. Nesse mundo plastificado, a juventude é eterna e não há espaço para a dúvida, para o medo, para o fracasso. Isso me incomoda profundamente. Definitivamente não quero ser uma mulher objeto.

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