quarta-feira, 17 de junho de 2009

STF derruba exigência do diploma para o exercício do Jornalismo

Retrocesso total. Cada dia que passa o governo/justiça votam coisas mais idiotas e estúpidas. Realmente ridículo. O brabo é que todo mundo acha que pode escrever num jornalzinho, falar numa rádio e fazer umas entrevistinhas... Ser jornalista parece algo banal, que qualquer um faz, mas não é bem assim. Estou bem triste com tudo isso. Reconheço que há vários profissionais bacanas e éticos que não tem formação acadêmica, porém, conheço muito mais gente tosca e idiota que se acha o super bonzão com um microfone/caneta/teclado na mão sem formação alguma. E o pior que se acham a última bolachinha do pacote. Fazem muita merda e acham que tá tudo certo. Burros são os tolos que gastam tempo e dinheiro no ensino superior.


Há muitos formados que não tem a menor preocupação ética, mas há infinitamente mais gente sem formação que desrespeita totalmente algumas coisas básicas, como não cobrar nada para publicar uma matéria ou não trocar por pequenos favores. Lembrei das aulas do professor Christofolletti. Em cidades do interior mesmo, como onde moro, já ouvi várias pessoas sem formação, mas ligadas à área, que é perda de tempo passar quase cinco anos na faculdade. Não acho. Aprendi muito, poderia ter aprendido muito mais, mas minha formação acadêmica foi e é extremamente importante para mim. Eu sim, deveria ter me dedicado mais. Lido mais, aproveitado mais os bancos da universidade. Mas, creio que tenho muito mais bagagem que muita gente que só quer mostrar a carinha na TV, assim só pra conseguir roupas e cabelereiro de graça.


Pra mim, isso tudo é um grande cala-boca. Voltamos à ditadura, só que mascarada pela suposta "liberdade de expressão". É pra ter mais gente mais facilmente corrompida no mercado, pra ter mais gente ganhando menos, pra ter mais gente repetindo tudo que seu mestre mandar. Retrocesso. Estamos caminhando cada vez mais pra imbecilidade. São leis absurdas que regulamentam a grilagem na Amazônia, em Santa Catarina um "novo código ambiental" que ao invés de proteger as margens dos rios determina que elas devem encolher ainda mais, são mais e mais vereadores pra não fazer nada, são mais e mais políticos estúpidos votando por melhores salários/vantagens só para eles. Estou farta de tanta coisa e de nossa pasmaceira. De não fazermos nada.


Então pra que diploma? Quem sabe eu posso ser juíza também? Acho que vou tentar passar na prova da OAB. Pra que diploma? Pra dizer o que é lei ou não???


Abaixo segue o texto da FENAJ!!!


Texto publicado no site da Federação Nacional dos Jornalistas - FENAJ

Em julgamento realizado nesta quarta-feira (17/06), o Supremo Tribunal Federal deu provimento ao Recurso Extraordinário RE 511961, interposto pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão de São Paulo. Neste julgamento histórico, o TST pôs fim a uma conquista de 40 anos dos jornalistas e da sociedade brasileira, tornando não obrigatória a exigência de diploma para exercício da profissão. A executiva da FENAJ se reúne nesta quinta-feira para avaliar o resultado e traçar novas estratégias da luta pela qualificação do Jornalismo.

Representantes da FENAJ e dos Sindicatos dos Jornalistas do RS, PR, SP, MG, Município do RJ, CE e AM acompanharam a sessão em Brasília. O presidente da Comissão de Especialistas do Ministério da Educação sobre a revisão das diretrizes curriculares, José Marques de Melo, também esteve presente. Do lado de fora do prédio - onde desta vez não foram colocadas grades - houve uma manifestação silenciosa. Em diversos estados realizaram-se atos públicos e vigílias.

Às 15h29 desta quarta-feira o presidente do STF e relator do Recurso Extraordinário RE 511961, ministro Gilmar Mendes, apresentou o conteúdo do processo encaminhado pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão de São Paulo e Ministério Público Federal contra a União e tendo a FENAJ e o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo como partes interessadas. Após a manifestação dos representantes do Sindicato patronal e da Procuradoria Geral da República contra o diploma, e dos representantes das entidades dos trabalhadores (FENAJ e SJSP) e da Advocacia Geral da União, houve um intervalo.

No reinício dos trabalhos em plenário, às 17h05, o ministro Gilmar Mendes apresentou seu relatório e voto pela inconstitucionalidade da exigência do diploma para o exercício profissional do Jornalismo. Em determinado trecho, ele mencionou as atividades de culinária e corte e costura, para as quais não é exigido diploma. Dos 9 ministros presentes, sete acompanharam o voto do relator. O ministro Marco Aurélio votou favoravelmente à manutenção do diploma.

“O relatório do ministro Gilmar Mendes é uma expressão das posições patronais e entrega às empresas de comunicação a definição do acesso à profissão de jornalista”, reagiu o presidente da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade. “Este é um duro golpe à qualidade da informação jornalística e à organização de nossa categoria, mas nem o jornalismo nem o nosso movimento sindical vão acabar, pois temos muito a fazer em defesa do direito da sociedade à informação”, complementou, informando que a executiva da FENAJ reúne-se nesta quinta-feira, às 13 horas, para traçar novas estratégias de luta.

Valci Zuculoto, diretora da FENAJ e integrante da coordenação da Campanha em Defesa do Diploma, também considerou a decisão do STF um retrocesso. “Mas mesmo na ditadura demos mostras de resistência. Perdemos uma batalha, mas a luta pela qualidade da informação continua”, disse. Ela lembra que, nas diversas atividades da campanha nas ruas as pessoas manifestavam surpresa e indignação com o questionamento da exigência do diploma para o exercício da profissão. “A sociedade já disse, inclusive em pesquisas, que o diploma é necessário, só o STF não reconheceu isso”, proclamou.

Além de prosseguir com o movimento pela qualificação da formação em jornalismo, a luta pela democratização da comunicação, por atualizações da regulamentação profissional dos jornalistas e mesmo em defesa do diploma serão intensificadas.

Um comentário:

Édnei Pedroso disse...

Enquanto as empresas de verdade seguem procurando colaboradores com know-how, os sindicatos dos meios de massa protocolam um absurdo desses.

Isso é uma vergonha! Pura e simples.