segunda-feira, 22 de junho de 2009

Se você fosse um livro nacional, qual livro seria? Um best-seller ultrapopular ou um relato intimista? Faça o teste e descubra.

Clarice Lispector
"A paixão segundo GH", de Clarice Lispector

Você é daqueles sujeitos profundos. Não que se acham profundos – profundos mesmo. Devido às maquinações constantes da sua cabecinha, ao longo do tempo você acumulou milhões de questionamentos. Hoje, em segundos, você é capaz de reconsiderar toda a sua existência. A visão de um objeto ou uma fala inocente de alguém às vezes desencadeiam viagens dilacerantes aos cantos mais obscuros de sua alma. Em geral, essa tendência introspectiva não faz de você uma pessoa fácil de se conviver. Aliás, você desperta até medo em algumas pessoas. Outras simplesmente não o conseguem entender.
Assim é também "A paixão segundo GH", obra-prima de Clarice Lispector amada-idolatrada por leitores intelectuais e existencialistas, mas, sejamos sinceros, que assusta a maioria. Essa possível repulsa, porém, nunca anulará um milésimo de sua força literária. O mesmo vale para você: agrada a poucos, mas tem uma força única.


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Engraçado. Coincidência ou não eu estou lendo a biografia dela: Clarice - Uma vida que se conta, de Nádia Battella Gotlib. Ainda não li "A paixão segundo GH", mas confesso que fiquei bem curiosa para ver se tenho um mínimo de proximidade com a obra desta autora genial. Já pensou? Quem dera... Admiro demais esta mulher, mas vamos ter os pés no chão e a cabeça nas nuvens...

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