quinta-feira, 18 de junho de 2009

Texto da coordenadora do curso de jornalismo da Univali


Segue abaixo uma resposta da coordenadora do curso de jornalismo da Univali, a jornalista Jane Cardozo da Silveira ao Túlio Borges Filho, também graduado na mesma instituição. Como a maioria da categoria, ambos estão indignados com o posicionamento do STF, porém a professora Jane apresenta alguns pontos interessantes para o futuro.

Abraço, mone

Queridos Colegas:

Enquanto vigorou a lei ora derrubada, já tínhamos um mercado repleto de irregularidades, por conta de um ministério público que não fiscalizava o setor. Todos sabemos de pessoas que trabalhavam sem diploma impunemente. É claro que se era assim com a lei, podes argumentar, pior agora sem ela. Concordo. Entretanto, não podemos subestimar o público leitor, telespectador, ouvinte, internauta.

Quando busca uma informação segura, a quem a sociedade recorre? A qualquer site, a qualquer blog, a qualquer impresso, a qualquer um? Não; todos querem ter certeza de estar recebendo uma informação confiável, apurada com base em critérios técnicos e postura ética.

Acredito que para sobreviver num mercado tão competitivo, os próprios empresários da comunicação terão de levar isso em conta. E aí, na hora da contratação, o diploma vai pesar.

Estou, neste momento, tentando ver o lado menos ruim disso tudo. E tenho esperança de que, como diz o ditado, "o tiro saia pela culatra", com algo feito para nos enfraquecer servindo como impulso para o fortalecimento das escolas de jornalismo - ficarão as de melhor nível; e como forma de congregar a categoria - diplomada - em uma frente pela valorização da informação pautada no interesse público.

Somos 80 mil jornalistas formados no Brasil, segundo a Fenaj. Não vamos desaparecer no ar, certo? Estamos por aí, nas redações, nas assessorias, chefiando equipes, contratando gente, ... Será que iremos deixar de contratar um profissional com diploma diante de outro candidato recém-saído do Ensino Médio?

A despeito de sermos também empregados, tendo patrões que não são jornalistas, mas empresários do ramo da comunicação, se fomos colocados em funções de chefia por esses mesmos empresários, é porque temos espaço e merecemos confiança. Logo, seremos ouvidos, não é mesmo?

Muito do que está por vir, Túlio, depende de nós. Da nossa confiança em nossa formação, da nossa seriedade, da nossa certeza de estarmos fazendo o que é melhor para a sociedade. Com limitações, é certo, como os demais profissionais de outras áreas também as tem, mas acima de tudo com o discernimento de que - sim - um curso superior de Jornalismo é imprescindível para dar conta da realidade complexa que nos serve de matéria-prima.

Só para complementar a mensagem anterior, vale lembrar que a situação decretada ontem pelo STF é conjuntural.

Ou seja: pode mudar, caso o Congresso Nacional aprove nova regulamentação profissional para jornalistas.

Vamos nos mobilizar nesse sentido. A hora é agora !


Um grande abraço,

da Jane.

J. Jane Cardozo da Silveira
Jornalista SC00187JP
Coordenação do Curso de
Comunicação Social:Habilitação em Jornalismo
Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI



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